Secretário-geral da Opep se diz confiante em renovação de acordo
(Bloomberg) -- A Opep e aliados demonstram um "compromisso renovado" para chegar a um acordo que estabilize os mercados de petróleo afetados pelo coronavírus, disse a principal autoridade do grupo.
Todos os olhares estarão voltados para a reunião do grupo na próxima semana, já que os preços do petróleo atingiram o menor nível em um ano, abaixo de US$ 46 o barril em Nova York. A doença reduziu a demanda por combustível na China e ameaça o crescimento econômico global, mas a coalizão de 23 países até agora parece dividida sobre a resposta ao surto. A Arábia Saudita pressiona por cortes na produção, enquanto a Rússia adota uma postura mais cautelosa.
"Existe um compromisso renovado" da aliança de "formar consenso para uma ação conjunta na mitigação da atual hipervolatilidade no mercado", disse o secretário-geral da Opep, Mohammad Barkindo, em entrevista da Arábia Saudita, onde interrompeu uma peregrinação religiosa em Meca para ajudar a coordenar a próxima reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo.
O grupo pretende prosseguir com as reuniões agendadas para os dias 5 e 6 de março e divulgou diretrizes de saúde para funcionários da secretaria de Viena, bem como para delegações nacionais, com conselhos sobre prevenção de infecções.
As commodities sofrem forte impacto diante de manchetes sombrias sobre o coronavírus. Além da queda de mais de 20% no petróleo desde o início do ano, o cobre e o níquel também mostram baixa, enquanto um indicador dos preços dos grãos deve fechar com a primeira perda mensal consecutiva desde agosto. Investidores que fogem do risco encontram refúgio no ouro.
Economias dependentes de recursos estão sob pressão, mas, no mês passado, a Rússia rejeitou um pedido da Arábia Saudita para uma reunião de emergência da aliança Opep+, com o argumento de que precisava de mais tempo para analisar a situação. Com a economia mais diversificada, a Rússia pode enfrentar a queda dos preços do petróleo com mais facilidade do que o reino árabe.
No entanto, o ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, negou a especulação de que os dois produtores que lideram a Opep+ estejam em desacordo. Na quinta-feira, Novak disse que está "muito satisfeito" com o nível de cooperação.
Barkindo disse que a parceria da Opep+ provou ser eficaz no equilíbrio dos mercados mundiais de petróleo desde que foi fundada no fim de 2016, e o fará novamente.
O grupo "é um mecanismo de mercado testado e comprovado que restaurou a estabilidade do mercado de petróleo nos últimos três anos", afirmou. "Essa estrutura será aplicada no tratamento da volatilidade atual dos mercados de petróleo".
De qualquer forma, os preços do petróleo podem estar prestes a se recuperar porque as perdas foram excessivas, disse Barkindo.
"Olhando para o cenário macroeconômico mais amplo, fica claro que há uma reação exagerada", disse. "Os preços dos ativos de energia em geral estão muito baixos", disse.
Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net
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