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Recuperação judicial ameaça maioria de aéreas, diz consultoria

Anurag Kotoky

16/03/2020 07h38Atualizada em 16/03/2020 13h22

(Bloomberg) — Na avaliação de uma consultoria do setor de aviação, a pandemia de coronavírus levará a maioria das companhias aéreas globais à recuperação judicial até o fim de maio, a menos que governos e indústria tomem medidas coordenadas para evitar tal situação.

Muitas companhias aéreas já devem estar em situação técnica de recuperação judicial ou violado acordos de dívida significativamente, segundo a consultoria CAPA Center for Aviation, de Sydney, em comunicado divulgado na segunda-feira. As companhias aéreas esgotam rapidamente as reservas de caixa porque os aviões estão aterrados, e os que não estão voam com metade da capacidade, afirmou o comunicado.

"São necessárias medidas coordenadas do governo e da indústria, agora, para evitar uma catástrofe", afirmou a CAPA. Caso contrário, "emergir da crise será como entrar em um campo de batalha brutal, repleto de vítimas", afirmou.

A maioria das companhias aéreas dos EUA, China e Oriente Médio deve sobreviver por causa do apoio do governo aos controladores, disse a CAPA.

As companhias aéreas estão entre as maiores vítimas corporativas do surto. Empresas como American Airlines e a australiana Qantas Airways reduziram a capacidade, enquanto algumas como a sueca SAS fizeram demissões temporárias. Flybe, a maior companhia aérea regional da Europa, já entrou em colapso. As operadoras poderiam perder até US$ 113 bilhões em receita este ano, de acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo.