Millennials se assustam e fogem do risco com queda da bolsa

(Bloomberg) -- Quando as bolsas entraram em território baixista no ritmo mais rápido já visto no mês passado, os millennials se assustaram.

Pela primeira vez na história, uma medida da exposição ao mercado acionário para os millennials que usam a TD Ameritrade caiu abaixo da média para clientes de todas as idades em março. A mudança ocorreu quando o Índice de Movimentação de Investidores, que acompanha o posicionamento dos clientes desde 2010, caiu para a mínima de sete anos, informou a corretora com sede em Omaha, Nebraska, na segunda-feira.

"Isso tem a ver com viver uma crise como adulto. Para muitos deles, é a primeira vez", disse JJ Kinahan, estrategista-chefe de mercado da TD Ameritrade. "Toda geração passa por esse momento de 'uau'."

Todos os meses, a corretora coleta uma amostra de sua base de clientes de mais de 12 milhões de contas para avaliar como os investidores estão expostos às ações. No final de 2019, a medida subiu para o nível mais alto em um ano, antes que um dos períodos mais voláteis da história desencadeasse a mais recente fuga de ativos de risco.

Ainda assim, os clientes da empresa foram compradores líquidos em março. Segundo Kinahan, a maior parte das vendas ocorreu na primeira quinzena do mês, antes de um forte aumento das compras de ações por clientes. Ainda assim, eles escolheram empresas mais seguras, com saldos de caixa mais altos e perfis de volatilidade mais baixos. Depois da primeira quinzena de março, o índice S&P 500 havia caído aproximadamente 20% em relação à máxima.

"Então, foi como se alguém tivesse desconectado e dissesse: 'Já é hora de comprar, essas ações estão muito baratas'", disse Kinahan. "Eles compraram muito nas últimas duas semanas do mês." Segundo ele, muitas das ações compradas foram de empresas que enfrentaram a crise de 2008.

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