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China estuda medidas para acelerar compras agrícolas dos EUA

Bloomberg News

23/04/2020 07h07

(Bloomberg) -- A China estuda maneiras de acelerar as compras de produtos agrícolas dos Estados Unidos para cumprir os compromissos do acordo comercial de fase 1, já que a pandemia de coronavírus atrasou algumas importações, segundo pessoas a par do assunto.

As propostas consideradas incluem a possível compra de 10 milhões de toneladas de soja dos EUA para reservas estatais chinesas, caso a demanda de clientes privados não seja suficiente, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas. Ainda não foi tomada uma decisão final sobre os planos, de acordo com as pessoas.

A China também pode cumprir sua cota anual de importação de milho, atualmente de 7,2 milhões de toneladas, com grãos dos EUA, disseram as pessoas. A empresa também poderia comprar mais do que a cota, potencialmente atingindo um total de 20 milhões de toneladas em importações de milho dos EUA, disseram. O Ministério do Comércio da China não respondeu a uma pergunta da Bloomberg News.

Sob o acordo comercial com os EUA assinado em dezembro, o governo chinês precisa comprar US$ 50 bilhões em commodities agrícolas anualmente ao longo de dois anos, um volume que alguns analistas duvidavam que seria viável. Embora a China tenha tomado medidas para aumentar as importações, o surto de coronavírus paralisou a maior parte do país e reduziu a demanda diante de gargalos na logística e portos.

No início de fevereiro, autoridades chinesas esperavam que os EUA permitissem alguma flexibilidade em relação aos compromissos, disseram pessoas a par das discussões na época. Desde então, a China gradualmente começou a reabrir a economia na esperança de que o vírus esteja sob controle, embora o consumo permaneça frágil.

Além disso, autoridades chinesas podem estar preocupadas com a segurança alimentar depois que alguns países adotaram restrições às exportações para proteger suprimentos domésticos. Vietnã, Rússia e Cazaquistão estão entre os países que impuseram restrições aos embarques de alguns alimentos básicos, provocando preocupação de que outros possam seguir o exemplo.

A Reuters havia reportado anteriormente que a China planeja comprar 10 milhões de toneladas de soja, 20 milhões de toneladas de milho e 1 milhão de toneladas de algodão para as reservas estaduais, em parte para se proteger contra cortes no fornecimento, mas também para cumprir as obrigações comerciais.

Ainda há certa oposição aos planos. Algumas autoridades levantaram questões sobre se o governo deveria financiar medidas para agilizar importações dos EUA em meio à desaceleração da economia causada pelo impacto do vírus, segundo uma das pessoas. Essas discussões ainda não chegaram ao alto escalão do governo, e nenhuma decisão final foi tomada, disse a pessoa.

A economia da China encolheu pela primeira vez em décadas no primeiro trimestre, com queda de 6,8% na comparação anual. O fechamento de restaurantes reduziu o consumo de carne e a necessidade de soja importada usada para alimentar gado.

©2020 Bloomberg L.P.