AIE corta estimativas para demanda por petróleo por aviação
(Bloomberg) -- A Agência Internacional de Energia cortou as previsões para a demanda global por petróleo, pois as viagens aéreas sentem impacto maior do que o esperado da crise de coronavírus.
A AIE reduziu as estimativas para quase todos os trimestres até o fim de 2021. Os maiores cortes da agência foram feitos para o segundo semestre deste ano. O fluxo de viagens aéreas em julho permanece dois terços abaixo do que no ano passado, normalmente um mês de pico por causa dos voos de férias, disse a AIE em relatório mensal.
"A perspectiva para a demanda por combustível de aviação piorou nas últimas semanas devido à maior propagação do coronavírus", disse a agência com sede em Paris, que assessora a maioria das grandes economias sobre política energética.
Ao mesmo tempo, a oferta global de petróleo aumentou no mês passado. A Arábia Saudita suspendeu parte dos cortes de produção que havia implementado para compensar a fraca demanda. Além disso, a recuperação dos preços ajudou EUA e Canadá a reativarem algumas operações.
Apesar das revisões para baixo, os mercados mundiais devem ficar mais apertados no resto do ano diante da recuperação do consumo em relação à queda causada pela pandemia. Já a Arábia Saudita e outros países da Opep devem manter a produção sob controle, disse a AIE. Nesta semana, os preços internacionais do petróleo subiram para o maior nível em cinco meses, acima de US$ 45 o barril em Londres.
A agência cortou as estimativas da demanda global para os últimos dois trimestres deste ano em 500 mil barris por dia, projetando consumo médio de 95,25 milhões de barris por dia no período.
A previsão do segundo semestre para o combustível de aviação e querosene foi cortada em 380 mil barris por dia. Com isso, neste ano a demanda pode cair entre 3,1 milhões de barris por dia e 4,8 milhões por dia.
A AIE também elevou as projeções de suprimentos de produtores que não fazem parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo no segundo semestre em cerca de 500 mil barris por dia, com EUA e Canadá retomando a produção interrompida.
Como resultado, a oferta do mercado não será tão apertada no resto do ano quanto previsto, mas ainda assim vai diminuir.
A demanda tem estado acima da oferta desde junho e, à medida que a Opep e parceiros pressionam com restrições de produção, os estoques mundiais devem cair a uma taxa de cerca de 4 milhões de barris por dia nos últimos quatro meses do ano. Isso deve reduzir parte do gigantesco excedente de estoques acumulados no primeiro semestre.
©2020 Bloomberg L.P.
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