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Com estrutura de ponta, Super Bowl deve atingir cifras recorde

05/02/2016 19h10

San Francisco, 5 fev (EFE).- Enquanto Carolina Panthers e Denver Broncos concluem os preparativos para o grande confronto de domingo, no qual decidirão o vencedor da 50ª edição do Super Bowl, o maior evento esportivo do ano nos Estados Unidos tem tudo para bater diversos recordes.

Os organizadores do Super Bowl confirmaram que mais de um milhão de pessoas devem visitar a região da baía de San Francisco durante esta semana dedicada ao evento, que será sediado no Levi's Stadium, na cidade de Santa Clara, na Califórnia.

O lucro que essa movimentação pode deixar para a economia local só poderá ser contabilizado com exatidão após o término do jogo, mas os cálculos oficiais apontam os ganhos devem chegar a US$ 800 milhões, o que para os organizadores compensa ter destinado US$ 5 milhões dos cofres dos contribuintes para apoiar a realização do Super Bowl.

Todos os serviços relacionados a turismo, alojamento, transporte aéreo, comida e diversão em San Francisco e seus arredores tiveram os preços aumentados em até três vezes.

Ironicamente, os preços que caíram nesta semana foram os dos ingressos mais baratos do jogo que ainda estão à venda. O valor original das entradas é abusivo para a maioria dos moradores locais, que tiveram que pagar US$ 250 milhões em impostos para a construção do campo, que custou US$ 1,3 bilhão, há dois anos.

O mundo da revenda será só para milionários, enquanto o das apostas ilegais vive sua época de ouro anual, em um mercado que deve movimentar mais de US$ 7 bilhões. Enquanto isso, as apostas oficiais de Las Vegas devem superar a marca de US$ 350 milhões.

Calcula-se que o preço médio de cada ingresso será superior a US$ 6 mil, inferior aos mais de US$ 10 mil do ano passado no Arizona, mas muito acima dos US$ 12 pagos na primeira edição do Super Bowl, disputada no dia 15 de janeiro de 1967 no Los Angeles Memorial Coliseum e com triunfo do Green Bay Packers sobre o Kansas City Chiefs por 35 a 10.

Os mais de 77 mil espectadores que lotarão as arquibancadas do estádio encontrarão vários tipos de inovações tecnológicas criadas pelas grandes empresas do Vale do Silício, que permitirão aos torcedores não ter de sair dos assentos para receber a comida ou bebida que quiserem. Os produtos serão servidos diretamente no local.

Com o uso de um smartphone, será possível encontrar o banheiro mais perto, a saída, e até mesmo solicitar atendimento médico, tudo instantaneamente, assim como ver replays das jogadas.

O que não será fácil agora é conseguir vagas nos hotéis da região da baía de San Francisco e seus arredores sem pagar quatro vezes a mais que o preço regular.

O consumo de comidas e bebidas durante o Super Bowl também deve alcançar números nunca antes vistos. Fora o fast-food, comum no cardápio dos americanos, os abacates do México serão um dos grandes destaques do evento, com o consumo de 64 mil toneladas que deixarão uma despesa de US$ 400 milhões.

As empresas que anunciarão produtos durante o Super Bowl investiram US$ 377 milhões, a serem recebidos pela emissora "CBS", responsável pela transmissão. O canal cobrou US$ 4,8 milhões por cada anúncio de 30 segundos.

Como compensação, a "CBS" fará uma transmissão histórica com uma estrutura sem precedentes. A cobertura do evento terá 70 câmeras, 12 caminhões de produção e as últimas inovações da alta tecnologia. Para efeitos de comparação, o primeiro Super Bowl foi transmitido com 11 câmeras e dois caminhões de produção.

A presença de Lady Gaga, que cantará o hino nacional americano, e o show da banda inglesa Coldplay, com participação de Beyoncé, devem ter uma audiência recorde de 120 milhões de telespectadores.

Apesar de todo o otimismo sobre o evento, o Super Bowl também deve contar com marcas negativas, como a ausência no trabalho. De acordo com uma pesquisa elaborado pelo Workforce Institute, 16,5 milhões de pessoas não comparecerão a seus trabalhos na segunda-feira.

O resultado mostrou que 10,5 milhões já pediram permissão ou cumpriram as tarefas pendentes para não trabalhar no dia seguinte ao evento, o que significa que um a cada 10 funcionários não irá a suas empresas. Além disso, a pesquisa aponta que seis milhões de funcionários devem alegar que estão doentes.

A 50ª edição do Super Bowl também terá a distinção de ser disputada na cidade americana com o maior número de sem-teto nas ruas, 6.686, dos quais 3.505 vivem ao relento, sem um abrigo para passar a noite.