China anuncia redução tributária de até US$ 76,8 bilhões para empresas em 2016
Pequim, 24 mar (EFE).- O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, anunciou nesta quinta-feira (24) a redução de impostos para as empresas no valor de 500 bilhões de yuans (US$ 76,8 bilhões) para este ano através da reforma tributária que deve entrar em vigor em maio.
Em discurso no Fórum de Boao, considerado o "Davos asiático", realizado nessa cidade da ilha chinesa de Hainan, Li reconheceu que a China enfrentará "pequenas oscilações" econômicas no curto prazo, mas se mostrou confiante em superá-las através de medidas fiscais expansivas e potencializando "a reforma e a abertura".
O primeiro-ministro chinês admitiu que a reestruturação industrial que o gigante asiático está realizando obrigará a realocação de milhões de operários de setores afetados pelo excesso de capacidade, como o carvão e o aço, mas indicou que acredita que serão criadas oportunidades suficientes para esses trabalhadores.
"Neste ano, adotamos uma nova categoria para a meta de crescimento, de entre 6,5% e 7%. Fizemos isso para assegurar certa flexibilidade em nosso objetivo, porque estamos promovendo reformas estruturais. Neste processo, as pequenas oscilações no curto prazo são inevitáveis", explicou Li.
O primeiro-ministro destacou que o baixo endividamento do governo central, estimado em 17% do Produto Interno Bruto (PIB), permitirá ao país realizar uma "política fiscal proativa".
"Em 2016, reduziremos os impostos em até 500 bilhões de yuans" para as empresas, afirmou Li, que também descartou um aumento da carga fiscal em outros setores para compensar essas reduções.
Investimentos
De acordo com o primeiro-ministro, o governo chinês continuará realizando investimentos e vai buscar alternativas dentro dos mercados financeiros para reduzir o nível de endividamento das empresas.
"Estamos tentando criar e potencializar novos motores de crescimento, apesar da redução temporária de nossas receitas", afirmou o dirigente chinês.
No orçamento para 2016 aprovado na semana passada pela Assembleia Nacional Popular (Legislativo) da China, o teto do deficit foi elevado para até 3% do PIB.
"Temos ferramentas políticas suficientes para assegurar um desempenho econômico estável", garantiu o primeiro-ministro chinês, que citou o alto índice de poupança do país e a margem para o desenvolvimento dos mercados de capitais como outros pontos fortes da segunda maior economia do mundo.
Além disso, Li Keqiang desmentiu que entre essas ferramentas esteja a desvalorização da moeda chinesa, o yuan, com fins competitivos.
"Não desvalorizaremos o yuan para impulsionar as exportações, porque isso não vai ajudar as empresas envolvidas na concorrência. Estamos tentando nos estabilizar mais na exportação de produtos de qualidade média e alta", ressaltou o primeiro-ministro.
Além disso, Li comentou que a China quer se transformar no "destino mais vibrante para os investimentos" estrangeiros e, para isso, tentará diminuir os impedimentos burocráticos, facilitar os empreendimentos e criar um ambiente mais favorável aos negócios.
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