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FMI alerta para possível "espiral perniciosa" com retorno da volatilidade

13/04/2016 10h58

Washington, 13 abr (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou nesta quarta-feira que um "renovado" episódio de volatilidade financeira pode criar uma "espiral perniciosa" de "confiança frágil, crescimento débil, maiores tensões nas condições financeiras e aumentos de cargas de dívida" que levaria a economia global a uma estagnação.

"Isto poderia jogar a economia global em uma estagnação econômica e financeira. Neste cenário, estimamos que o produto global poderia cair quase 4%, em relação a nosso cenário-base, nos próximos cinco anos", disse o diretor do Departamento de Assuntos Monetários do FMI, o espanhol José Viñals, no discurso de apresentação do relatório de Estabilidade Financeira Global.

Nos países avançados, especialmente na Europa, o legado da crise se mantém e os bancos encaram dificuldades para adaptar seu modelo de negócio ao novo panorama de incerteza global, enquanto nos emergentes a queda dos preços de matérias-primas elevou a vulnerabilidade à medida que os colchões de segurança foram se reduzindo.

"Os sistemas bancários mais afetados na zona do euro em fevereiro (data do último episódio de volatilidade financeira) foram os de Grécia, Itália e, em menor medida, Portugal, junto com alguns grandes bancos alemães, como reflexo de problemas estruturais de excesso de capacidade, alto nível de empréstimos morosos e má adaptação de seus modelos de negócio", apontou o relatório.

Sobre a China, o Fundo ressaltou que a saúde financeira das empresas piorou e considerou que a dívida em risco se triplicou desde 2010.

Concretamente, o número de créditos que poderiam ter dificuldades para ser pagos na China é de US$ 1,3 trilhão.

No entanto, o FMI afirmou que, "embora pareça grande (essa quantia), é manejável, dadas as reservas" e o "contínuo forte crescimento da economia".

O relatório do Fundo foi divulgado durante a reunião de primavera do organismo e do Banco Mundial (BM), que reúne em Washington os líderes econômicos mundiais durante esta semana, e depois da redução das perspectivas de crescimento global para este ano até 3,2%.