Arábia Saudita prepara ilhas para promover turismo adaptado à lei islâmica
Suleiman al-Assad.
Riad, 24 abr (EFE).- As autoridades da Arábia Saudita começaram a preparar algumas de suas ilhas no Mar Vermelho e do Golfo Pérsico, no marco de um ambicioso projeto para promover o turismo "halal" (de acordo com a lei islâmica), que não permite biquínis nem álcool.
"Desde que o rei saudita emitiu um decreto (para melhorar o aproveitamento das ilhas) no ano de 2006, o interesse se centrou em reabilitar em uma primeira fase cerca de 70 de um total de 1.200 ilhas", destacou em declarações à Agência Efe o porta-voz do Departamento de Turismo e Antiguidades saudita, Mutleq al Harbi.
Nesse sentido, este órgão estatal anunciou recentemente que já preparou para o "turismo de um dia" a ilha de Ahbar, situada no Mar Vermelho, a cerca de 15 quilômetros a oeste do litoral da região saudita de Yazan (sul do país).
Para isso, se preparou um ponto de embarque, se abriram cafeterias, restaurantes e lugares para descansar, e se habilitaram áreas para a prática do mergulho e da pesca.
Além disso, Harbi destacou que seu departamento começou há poucos anos a reabilitação da ilha de Forsan, situada no Mar Vermelho em frente ao litoral de Yazan, para que se transforme "no primeiro núcleo de desenvolvimento do turismo marítimo".
"Nessa ilha acondicionamos a aldeia Al Qosar, que é um patrimônio cultural que tem um grande oásis de palmeiras; o embarcador Al Gadir, que recebe ferry boats que zarpam de Yazan; e a praia de Al Faqua, que se destaca por sua paisagem espetacular e ideal para os amantes da pesca", concluiu.
Forsan, com seus 2,3 quilômetros quadrados e cerca de 20 mil habitantes, é a maior das ilhas do arquipélago homônimo, situado no Mar Vermelho, 45 quilômetros a oeste do litoral saudita.
O guia saudita de turismo, Ahmed Mudjeli, disse à Efe que ele vai diariamente a essa ilha acompanhando de grupos de turistas a bordo de um ferry que parte de Yazan, em uma viagem que dura cerca de uma hora.
"Prefiro trabalhar com visitantes ocidentais porque a maioria deles gosta de aprender e, além disso, gosto de ser para eles a porta pela qual entram para conhecer esta parte do meu país", destacou Mudjeli.
O percurso que o guia faz com os turistas dura cerca de três horas. "Visitamos vários lugares, entre eles uma cidade que data do império turco otomano e de onde se pode avistar quase toda a ilha, e casas históricas que refletem o estilo arquitetônico que usavam seus moradores", ressaltou Mudjeli.
Além disso, leva os turistas à aldeia de Al Qosar, que inclui um sítio arqueológico composto por colunas semelhantes às da antiga Roma, e uma floresta de manguezais em Al Qandal.
"O percurso turístico em Forsan termina geralmente em uma das praias para praticar mergulho e outros esportes náuticos, além da pesca com vara", lembrou o guia.
A temporada da pesca do harid, ou peixe papagaio, também tem um papel relevante para o desenvolvimento do turismo na ilha, já que os locais realizam anualmente, em abril, uma feira para essa ocasião, na qual os nativos cantam e dançam temas folclóricos.
O empenho das autoridades para promover o turismo em suas ilhas contrasta com a ausência de turistas estrangeiros que viajam para a Arábia Saudita expressamente para visitá-la.
Segundo números do Ministério das Relações Exteriores saudita divulgadas em 2014, durante o ano de 2013 não foi emitido nenhum visto desse tipo.
Dos mais de dez milhões de vistos de entrada ao país emitidos durante esse ano, 71% foram para peregrinações religiosas e o resto para desenvolver atividades comerciais e diplomáticas.
Frente a essa realidade, Harbi respondeu que a promoção do turismo feita pelo Departamento de Turismo e Antiguidades mira somente residentes estrangeiros, cidadãos locais e os que visitam a Arábia Saudita com fins comerciais.
"Não procuramos atrair atualmente turistas estrangeiros devido ao fato de que é impossível dar esse tipo de visto para visitar o país", ressaltou.
No entanto, ele antecipou que em um futuro próximo esta situação mudará, "já que há um projeto de lei que está sujeito a estudo por parte dos ministérios do Interior e das Relações Exteriores, que autorizará esse tipo de visto, embora ainda seja prematuro falar deste assunto".
Em todas as áreas turísticas da Arábia Saudita, o turista estrangeiro (residente ou visitante comercial) deve cumprir estritamente o que determina a sharia, a lei islâmica.
Esse regulamento proíbe às mulheres de mostrarem seus corpos e obriga os homens a usar vestes longas e não consumir bebidas alcoólicas.
Riad, 24 abr (EFE).- As autoridades da Arábia Saudita começaram a preparar algumas de suas ilhas no Mar Vermelho e do Golfo Pérsico, no marco de um ambicioso projeto para promover o turismo "halal" (de acordo com a lei islâmica), que não permite biquínis nem álcool.
"Desde que o rei saudita emitiu um decreto (para melhorar o aproveitamento das ilhas) no ano de 2006, o interesse se centrou em reabilitar em uma primeira fase cerca de 70 de um total de 1.200 ilhas", destacou em declarações à Agência Efe o porta-voz do Departamento de Turismo e Antiguidades saudita, Mutleq al Harbi.
Nesse sentido, este órgão estatal anunciou recentemente que já preparou para o "turismo de um dia" a ilha de Ahbar, situada no Mar Vermelho, a cerca de 15 quilômetros a oeste do litoral da região saudita de Yazan (sul do país).
Para isso, se preparou um ponto de embarque, se abriram cafeterias, restaurantes e lugares para descansar, e se habilitaram áreas para a prática do mergulho e da pesca.
Além disso, Harbi destacou que seu departamento começou há poucos anos a reabilitação da ilha de Forsan, situada no Mar Vermelho em frente ao litoral de Yazan, para que se transforme "no primeiro núcleo de desenvolvimento do turismo marítimo".
"Nessa ilha acondicionamos a aldeia Al Qosar, que é um patrimônio cultural que tem um grande oásis de palmeiras; o embarcador Al Gadir, que recebe ferry boats que zarpam de Yazan; e a praia de Al Faqua, que se destaca por sua paisagem espetacular e ideal para os amantes da pesca", concluiu.
Forsan, com seus 2,3 quilômetros quadrados e cerca de 20 mil habitantes, é a maior das ilhas do arquipélago homônimo, situado no Mar Vermelho, 45 quilômetros a oeste do litoral saudita.
O guia saudita de turismo, Ahmed Mudjeli, disse à Efe que ele vai diariamente a essa ilha acompanhando de grupos de turistas a bordo de um ferry que parte de Yazan, em uma viagem que dura cerca de uma hora.
"Prefiro trabalhar com visitantes ocidentais porque a maioria deles gosta de aprender e, além disso, gosto de ser para eles a porta pela qual entram para conhecer esta parte do meu país", destacou Mudjeli.
O percurso que o guia faz com os turistas dura cerca de três horas. "Visitamos vários lugares, entre eles uma cidade que data do império turco otomano e de onde se pode avistar quase toda a ilha, e casas históricas que refletem o estilo arquitetônico que usavam seus moradores", ressaltou Mudjeli.
Além disso, leva os turistas à aldeia de Al Qosar, que inclui um sítio arqueológico composto por colunas semelhantes às da antiga Roma, e uma floresta de manguezais em Al Qandal.
"O percurso turístico em Forsan termina geralmente em uma das praias para praticar mergulho e outros esportes náuticos, além da pesca com vara", lembrou o guia.
A temporada da pesca do harid, ou peixe papagaio, também tem um papel relevante para o desenvolvimento do turismo na ilha, já que os locais realizam anualmente, em abril, uma feira para essa ocasião, na qual os nativos cantam e dançam temas folclóricos.
O empenho das autoridades para promover o turismo em suas ilhas contrasta com a ausência de turistas estrangeiros que viajam para a Arábia Saudita expressamente para visitá-la.
Segundo números do Ministério das Relações Exteriores saudita divulgadas em 2014, durante o ano de 2013 não foi emitido nenhum visto desse tipo.
Dos mais de dez milhões de vistos de entrada ao país emitidos durante esse ano, 71% foram para peregrinações religiosas e o resto para desenvolver atividades comerciais e diplomáticas.
Frente a essa realidade, Harbi respondeu que a promoção do turismo feita pelo Departamento de Turismo e Antiguidades mira somente residentes estrangeiros, cidadãos locais e os que visitam a Arábia Saudita com fins comerciais.
"Não procuramos atrair atualmente turistas estrangeiros devido ao fato de que é impossível dar esse tipo de visto para visitar o país", ressaltou.
No entanto, ele antecipou que em um futuro próximo esta situação mudará, "já que há um projeto de lei que está sujeito a estudo por parte dos ministérios do Interior e das Relações Exteriores, que autorizará esse tipo de visto, embora ainda seja prematuro falar deste assunto".
Em todas as áreas turísticas da Arábia Saudita, o turista estrangeiro (residente ou visitante comercial) deve cumprir estritamente o que determina a sharia, a lei islâmica.
Esse regulamento proíbe às mulheres de mostrarem seus corpos e obriga os homens a usar vestes longas e não consumir bebidas alcoólicas.
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