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Taxistas processarão Prefeitura de Montevidéu por prejuízo causado pelo Uber

10/05/2016 18h04

Montevidéu, 10 mai (EFE).- Grêmio Único de Táxi (CPATU) da capital uruguaia processará por US$ 300 milhões a Intendência (prefeitura) de Montevidéu (IM) pelo "prejuízo" que este coletivo teve por conta da instalação da empresa de transporte Uber, disse nesta terça-feira o secretário-geral dessa agremiação, Javier Fardín.

Em entrevista à Rádio Uruguai, Fardín indicou que o processo obedece ao fato de que, segundo sua opinião, o órgão descumpriu seu dever de fiscalizar, já que "devia realizar controles que não foram feitos a tempo".

Além disso, Fardín afirmou que depois de uma assembleia com os 350 membros do grêmio, que foi realizada na semana passada, foi aprovado por unanimidade apresentar um requerimento judicial contra a IM, já que consideram que o governo capitalino está permitindo um serviço de transporte não regulado.

"A problemática desta empresa -que põe em contato passageiros com motoristas através de um aplicativo móvel- é que entendemos que é ilegal. Estamos denunciando há alguns meses e neste caso ninguém pode nos dizer que não advertimos devidamente", garantiu.

Concretamente, Fardín detalhou que o valor de US$ 300 milhões foi obtido através da multiplicação dos 3.150 táxis do grêmio pelos aproximadamente US$ 100 mil que pretendem receber cada um.

O dirigente enfatizou que a empresa americana de transporte de passageiros "não é de tecnologia", mas "uma empresa de transporte", e acrescentou que os taxistas estão "indignados" com "a passividade" das autoridades para resolver este tema.

"Entendemos que esta empresa vem atrapalhar um mercado de transporte que não é suficientemente grande", disse.

Segundo indicou Fardín, ao deixar que o Uber opere sem pagar pelas habilitações necessárias, a IM descumpre com a regulação do setor.

Nesse contexto, em março a IM manifestou sua rejeição ao funcionamento do Uber "fora" das leis departamentais (provinciais) e nacionais e expressou sua vontade de criar uma norma para regular aplicativos que oferecem serviços de transporte público.

Desde que o Uber começou a operar em Montevidéu, ocorreram vários distúrbios entre taxistas e motoristas privados que trabalham com o aplicativo móvel.

Em março o governo uruguaio remeteu um projeto de lei ao parlamento para regular a atividade de empresas que se baseiam na contratação de serviços através de plataformas informáticas, como Uber e Airbnb, dado o receio que despertaram em seus respectivos setores no país.