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Anéis, pulseiras, relógios e celulares são meios de pagamento no Rio 2016

03/08/2016 18h29

Miami, 3 ago (EFE).- Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro entrarão para a história pelos méritos esportivos dos atletas, mas no que refere aos meios de pagamento eletrônicos, a ganhadora é a tecnologia "sem contato", ou seja sem necessidade de cartão.

O megaevento esportivo, cuja cerimônia de abertura acontecerá nesta sexta-feira, será o primeiro da história no qual será possível fazer pagamentos com anéis, relógios e pulseiras especiais ou simplesmente com telefones celulares.

A empresa de cartões de crédito Visa, patrocinadora dos Jogos Olímpicos há 30 anos, vai estrear no Rio sua linha de "wearables" (literalmente "vestíveis"), um passo adiante em sua missão de fazer com que os meios de pagamento sejam cada vez mais simples e seguros.

Em entrevista à Agência Efe, o argentino Adrián Farina, vice-presidente de marketing da Visa para a América Latina e o Caribe, afirmou que a relação de 30 anos da companhia com os Jogos Olímpicos não é das de "colocar uma logomarca ao lado da outra", mas algo mais sério, que "tem a ver com o DNA" corporativo.

"É o mas antigo patrocínio que temos, o mais longevo e o que mais nos orgulha pelo que o olimpismo significa", disse Farina no escritório regional da companhia em Miami.

Os valores e ideais do olimpismo moderno, iniciado em 1896 em Atenas, são compartilhados pela Visa, uma companhia universal que se baseia na aceitação e favorece a inclusão. "É uma associação que está muito ligada ao DNA da marca", frisou.

Quando perguntado sobre os que preveem problemas nos Jogos do Rio, os primeiros realizados na América do Sul, ele respondeu sem hesitar: "sempre os últimos Jogos são os melhores".

A Visa patrocinou a Copa do Mundo de 2014 e defende que, apesar das dificuldades, os Jogos Olímpicos também serão um sucesso. "São eventos esportivos de primeiro nível que superam a si mesmos em cada edição", afirmou Farina.

Em virtude de um acordo assinado pela Visa e o Comitê Olímpico Internacional (COI) em 1986 e posto pela primeira vez em prática em Seul 1988, os cartões da companhia são o meio oficial de pagamentos nos Jogos Olímpicos de Verão e Inverno, além dos Paralímpicos.

Do ponto de vista dos pagamentos eletrônicos, o Rio 2016 será o reino dos chamados meios "contactless" (sem contato), que evitam ao usuário ter que levar o cartão de crédito.

Farina explicou que, na Vila Olímpica, já estão instaladas 4 mil terminais de pagamento que permitem aos usuários de cartões Visa pagar tanto da maneira tradicional como com estas novas formas.

"Só posso dizer que não passaria", disse Farina ao ser perguntado o que aconteceria se um atleta apresentar na Vila Olímpica um cartão de crédito de uma marca que não seja Visa.

Ao longo da entrevista, o diretor reiterou que a Visa não encara seu patrocínio como algo que simplesmente consiste em pôr uma vez a cada quatro anos seu logotipo e sua marca ao lado dos cinco anéis que representam os Jogos, mas participa ativamente desse evento que acontece a cada quatro anos.

"Nos associamos com algo pelo qual milhões de pessoas sentem paixão", alegou Farina, que destacou o fato de que estes Jogos vão contar com a participação, pela primeira vez, de atletas que são refugiados e não podem competir por seus respectivos países por diversas razões.

A empresa apoia essa iniciativa do COI e acolheu dez dos atletas refugiados, os quais ao mesmo tempo fazem parte, junto com outros 50 de diversos países, do Visa Team (Time Visa) no Rio 2016, o maior que já montou em Jogos Olímpicos, com representantes de 26 modalidades esportivas.

Por meio deste programa, do qual fizeram parte atletas de primeiro nível como o nadador americano Michael Phelps, o que mais medalhas olímpicas ganhou na história (22), ou o ciclista colombiano Nairo Quintana, a companhia ajuda financeiramente e de outras formas atletas olímpicos.

Entre os 60 atletas do Visa Team para o Rio 2016 - 62% maior que o de Londres 2012 - está a ciclista colombiana Mariana Pajón, o jogador de vôlei de praia brasileiro Allison Cerruti e o o mexicano Ivan García, dos saltos ornamentais.

Um caso notável na equipe Visa deste ano é o da muçulmana Ibtihaj Muhammad, que representará os EUA na esgrima e escolheu esse esporte porque pode praticá-lo sem faltar às normas de sua religião quanto a vestimenta e decoro.

A atleta, que competirá sob o "hijab" (véu islâmico), foi escolhida pela Visa para apresentar o anel que estreará como forma de pagamento nestes Jogos Olímpicos.

Sua história, como a dos refugiados que contam pela primeira vez com uma equipe olímpica, têm mais eco em eventos da envergadura do Rio 2016.

"Os adotamos no Visa Team porque são a máxima expressão dos princípios de universalidade, aceitação e inclusão" que a Visa compartilha com o movimento olímpico, disse Farina.

"O esporte lhes deu um lugar (aos refugiados). Eles elogiam a plataforma que lhes é dada, porque lhes permite contar suas histórias, histórias que inspiram e que mostram que não se deixam abater, que é o espírito dos Jogos Olímpicos", concluiu.