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Rodada de negociações entre Grécia e credores termina com avanços

16/09/2016 13h29

Atenas, 16 set (EFE).- O governo da Grécia e os credores do país concluíram nesta sexta-feira uma semana de negociações sobre os detalhes pendentes da primeira avaliação do programa de resgate com avanços na maioria de temas, mas sem um acordo final.

As partes decidiram seguir negociando à distância na próxima semana, pois todos, com exceção da representante do Fundo Monetário Internacional (FMI), deixaram Atenas nesta tarde.

Do êxito desta negociação sobre 15 requisitos pendentes depende o desembolso de uma parcela de 2,8 bilhões de euros.

O governo e os representantes da denominada "tétrade" (Comissão Europeia, Banco Central Europeu, Mecanismo Europeu de Estabilidade e Fundo Monetário Internacional) abordaram ainda os temas da segunda avaliação, entre eles a polêmica reforma trabalhista, que, segundo o calendário previsto, começará em meados de outubro.

Um dos principais assuntos que o governo espera concluir nos próximos dias é a nomeação da direção executiva do novo fundo de privatizações, composta, segundo o plano de resgate, de três gregos e de dois estrangeiros.

Fontes do governo citadas pela imprensa local se mostraram confiantes que os temas pendentes poderão ser resolvidos até a reunião, em 29 de setembro, do Grupo de Trabalho do Eurogrupo.

Alguns dos pontos nos quais houve aproximação foi o tema da anistia penal e redução drástica de multas para os evasores fiscais que declarem voluntariamente as rendas para as quais não tinham pagado os impostos correspondentes.

Os representantes da tétrade tinham aceitado em princípio apenas a anistia penal e insistiam na necessidade de impor multas de até 120% da quantia de dinheiro não declarada.

Os credores, por outro lado, expressaram fortes reservas sobre a proposta de criar uma conta bancária que não possa ser embargada para as empresas que têm dívidas atrasadas com a Fazenda.

O objetivo desta medida, anunciada na semana passada pelo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, recebeu o apoio do mundo empresarial, especialmente das pequenas e médias empresas, e seu propósito é garantir que as empresas possam seguir pagando salários, provedores e obrigações correntes com a Fazenda e com a seguridade social.

A rigor, este assunto não faz parte do catálogo de requisitos pendentes, mas o governo deve consultá-lo com os credores como todos os temas que tenham repercussões financeiras.

Em meados de outubro os representantes da tétrade retornarão a Atenas para começar a segunda avaliação do programa de resgate, com a condição que o Eurogrupo tenha aprovado o pagamento da parcela pendente.