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Biden diz que começa agora "a parte difícil" do processo de paz na Colômbia

02/12/2016 19h18

Cartagena (Colômbia), 2 dez (EFE).- O vice-presidente dos Estados Unidos, Joseph Biden, disse nesta sextra-feira que "a parte difícil" do processo de paz na Colômbia começa agora, com a implementação do acordo com as Farc, e pediu que o setor privado de ambos os países faça pressão para que o governo de Donald Trump não "se retire do mundo".

"Este é um momento de oportunidade sem igual para a Colômbia", disse Biden durante discurso na sessão inaugural do Conselho Assessor Colômbia-EUA, que reúne pelo menos 70 empresários e executivos dos dois países.

"Mas agora começa a parte difícil", advertiu o vice-presidente, ao lembrar que "só a assinatura de um acordo não garante a paz".

"É preciso garantir um futuro melhor para o povo colombiano", o que implica a "criação de empregos, de oportunidades de educação" e "que as áreas controladas pelas Farc fiquem integradas (no país) e haja um meio de ganhar a vida" nessas regiões, acrescentou Biden.

"Isso vai marcar um contraste com o populismo que vemos se expandir no mundo todo", opinou o americano, em aparente referência à eleição de Donald Trump, embora tenha afirmado que essa tendência política "é uma infecção na Europa atualmente".

Biden disse que conceder o Prêmio Nobel da Paz ao presidente colombiano, Juan Manuel Santos, foi "a decisão correta" e que consegue pensar em "pelo menos sete países", os quais não mencionou, que estão próximos de uma mudança importante, mas que não têm "um líder corajoso, um catalisador da mudança".

O vice-presidente americano acredita que "a próxima administração" americana, liderada pelo republicano Donald Trump, que assumirá o poder em janeiro, "ouvirá o coro de apoio deste Conselho", formado por empresários que têm uma "voz única" para defender a necessidade de continuar com suas relações comerciais.

"Acredito vocês terão um impacto enorme na atitude da próxima administração", disse Biden, ao lembrar que alguns de seus integrantes "querem desesperadamente se retirar do mundo".

"Entre agora e janeiro, quanto mais se demonstrar que este país está avançando, mais provável que continuem as políticas que são basicamente sensatas", acrescentou.

Fazem parte do Conselho empresas colombianas como Nutresa, Alpina, Argos, Corona e o Grupo Aviatur, e empresas americanas como Coca-Cola, Dow Chemical, Drummond Company, Oxy, National Geography Society, McGraw Hill, Goldman Sachs, Morgan Stanley e Citigroup.

Entre os presentes estevam o general reformado David Petraeus, um dos cotados para ser secretário de Estado no governo de Trump, e que falou brevemente sobre a importância de aumentar a "produtividade".

Petraeus é presidente da divisão global da empresa de investimento americana KKR, mas a Casa Branca não esclareceu se ele fará parte do conselho assessor bilateral, cuja reunião também compareceu o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno.