Irã busca melhorar imagem exterior para atrair turistas
Marina Villén.
Teerã, 18 fev (EFE).- Após anos de isolamento, as autoridades do Irã tentam, com ambiciosos planos e eventos internacionais, melhorar a imagem exterior do país para transformá-lo em um destino turístico de referência, um objetivo com muitos desafios pela frente.
Atrativos não faltam ao Irã, que possui 21 lugares reconhecidos como Patrimônio Mundial da Humanidade da Unesco, entre eles a famosa Persépolis, e uma natureza diversa que convida tanto os apaixonados por montanhas como pelo deserto. Mas só isso não basta para atrair os turistas atualmente.
Para ficar conhecido em nível mundial e deixar para trás os temores dos estrangeiros, Teerã sediou em apenas duas semanas três grandes eventos internacionais relacionados ao setor: uma convenção de guias, uma feira de turismo e uma conferência de investidores e hoteleiros.
"Veja o Irã diferente" era o lema da Feira Internacional de Turismo de Teerã, que destacou o país como seguro por não sofrer com o terrorismo, como outros vizinhos do Oriente Médio.
Uma imagem mais amigável do Irã também parece ter sido mostrada pelo acordo nuclear, firmado com o G5+1 (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia mais Alemanha) em julho de 2015, o que significou uma mudança de ciclo para a indústria do turismo ao diluir os impedimentos diplomáticos e comerciais.
Na opinião do encarregado de relações públicas da Corporação de Desenvolvimento do Turismo do Irã, Reza Salehi, o pacto nuclear "ajudou muito no auge do turismo", mas ainda não é suficiente.
"Para se obter um maior crescimento é preciso desenvolver tanto os laços comerciais como as infraestruturas do país, com a construção de novos hotéis e e áreas de descanso nas estradas", disse Salehi.
O objetivo, segundo Salehi, é fazer "mais divulgação" no exterior a fim de resistir "à imagem negativa dada por alguns países que têm laços um pouco hostis" com o Irã.
A explicação é que os temores em relação ao regime iraniano continuam a existir, de acordo com vários dos participantes da Convenção da Federação Mundial de Associações de Guias de Turismo, que após viajarem pelo Irã no início de fevereiro mostraram grata surpresa pela tranquilidade do país e pela hospitalidade do povo.
Junto a esses medos está a política do novo governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, cujas sanções e o veto migratório ao Irã - suspenso pela Justiça - foram contestados por Teerã com medidas recíprocas, afetando o turismo.
Fatima Pahlavan, diretora de marketing e vendas do hotel Enghelab, da companhia Parsian, confirmou à Agência Efe que todos os hóspedes procedentes dos EUA cancelaram suas reservas.
Apesar disso, a ocupação hoteleira dos estabelecimentos Parsian beira os 70%, segundo Pahlavan, que destacou o aumento nas visitas de europeus.
O número de visitantes estrangeiros aumentou gradualmente desde a chegada do moderado Hassan Rohani à presidência em 2013, superando os cinco milhões em 2015. Uma década antes, esse número rondava um milhão de pessoas.
O plano do governo iraniano é chegar aos 20 milhões de turistas por ano em 2025, o que representaria uma receita de US$ 30 bilhões, segundo as estimativas da Organização de Patrimônio Cultural e Turismo do Irã.
A diretora comercial de Parsian explicou que para atender à maior demanda e se colocar à altura das exigências dos hóspedes está sendo realizado "um processo de reforma de acordo com os padrões internacionais".
Alcançar esses padrões e dispor de mais hotéis - entre 2014 e 2015 foram construídos 11 - é um dos desafios das autoridades iranianas, que buscam investidores para esta empresa e oferecem incentivos como a redução de impostos.
Segundo os dados divulgados na semana passada na Conferência de Hotéis e Investimento em Turismo, apenas 13 dos 96 hotéis de Teerã estão classificados com quatro ou cinco estrelas, mas empresas internacionais como Accor e Melia já estão envolvidas em projetos.
A diretora da agência de viagens Mahe Asal, Fariba Alemzadeh, reconheceu que há "dificuldades" para efetuar reservas pela alta porcentagem de ocupação hoteleira, o que não ocorria antes.
A maioria dos clientes da agência são europeus. O percurso "habitual" é a visita às cidades históricas de Isfahan, Shiraz e Tabriz, principalmente para os visitantes com mais de 50 anos, enquanto os jovens também buscam excursões pelas montanhas e pelo deserto.
Teerã, 18 fev (EFE).- Após anos de isolamento, as autoridades do Irã tentam, com ambiciosos planos e eventos internacionais, melhorar a imagem exterior do país para transformá-lo em um destino turístico de referência, um objetivo com muitos desafios pela frente.
Atrativos não faltam ao Irã, que possui 21 lugares reconhecidos como Patrimônio Mundial da Humanidade da Unesco, entre eles a famosa Persépolis, e uma natureza diversa que convida tanto os apaixonados por montanhas como pelo deserto. Mas só isso não basta para atrair os turistas atualmente.
Para ficar conhecido em nível mundial e deixar para trás os temores dos estrangeiros, Teerã sediou em apenas duas semanas três grandes eventos internacionais relacionados ao setor: uma convenção de guias, uma feira de turismo e uma conferência de investidores e hoteleiros.
"Veja o Irã diferente" era o lema da Feira Internacional de Turismo de Teerã, que destacou o país como seguro por não sofrer com o terrorismo, como outros vizinhos do Oriente Médio.
Uma imagem mais amigável do Irã também parece ter sido mostrada pelo acordo nuclear, firmado com o G5+1 (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia mais Alemanha) em julho de 2015, o que significou uma mudança de ciclo para a indústria do turismo ao diluir os impedimentos diplomáticos e comerciais.
Na opinião do encarregado de relações públicas da Corporação de Desenvolvimento do Turismo do Irã, Reza Salehi, o pacto nuclear "ajudou muito no auge do turismo", mas ainda não é suficiente.
"Para se obter um maior crescimento é preciso desenvolver tanto os laços comerciais como as infraestruturas do país, com a construção de novos hotéis e e áreas de descanso nas estradas", disse Salehi.
O objetivo, segundo Salehi, é fazer "mais divulgação" no exterior a fim de resistir "à imagem negativa dada por alguns países que têm laços um pouco hostis" com o Irã.
A explicação é que os temores em relação ao regime iraniano continuam a existir, de acordo com vários dos participantes da Convenção da Federação Mundial de Associações de Guias de Turismo, que após viajarem pelo Irã no início de fevereiro mostraram grata surpresa pela tranquilidade do país e pela hospitalidade do povo.
Junto a esses medos está a política do novo governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, cujas sanções e o veto migratório ao Irã - suspenso pela Justiça - foram contestados por Teerã com medidas recíprocas, afetando o turismo.
Fatima Pahlavan, diretora de marketing e vendas do hotel Enghelab, da companhia Parsian, confirmou à Agência Efe que todos os hóspedes procedentes dos EUA cancelaram suas reservas.
Apesar disso, a ocupação hoteleira dos estabelecimentos Parsian beira os 70%, segundo Pahlavan, que destacou o aumento nas visitas de europeus.
O número de visitantes estrangeiros aumentou gradualmente desde a chegada do moderado Hassan Rohani à presidência em 2013, superando os cinco milhões em 2015. Uma década antes, esse número rondava um milhão de pessoas.
O plano do governo iraniano é chegar aos 20 milhões de turistas por ano em 2025, o que representaria uma receita de US$ 30 bilhões, segundo as estimativas da Organização de Patrimônio Cultural e Turismo do Irã.
A diretora comercial de Parsian explicou que para atender à maior demanda e se colocar à altura das exigências dos hóspedes está sendo realizado "um processo de reforma de acordo com os padrões internacionais".
Alcançar esses padrões e dispor de mais hotéis - entre 2014 e 2015 foram construídos 11 - é um dos desafios das autoridades iranianas, que buscam investidores para esta empresa e oferecem incentivos como a redução de impostos.
Segundo os dados divulgados na semana passada na Conferência de Hotéis e Investimento em Turismo, apenas 13 dos 96 hotéis de Teerã estão classificados com quatro ou cinco estrelas, mas empresas internacionais como Accor e Melia já estão envolvidas em projetos.
A diretora da agência de viagens Mahe Asal, Fariba Alemzadeh, reconheceu que há "dificuldades" para efetuar reservas pela alta porcentagem de ocupação hoteleira, o que não ocorria antes.
A maioria dos clientes da agência são europeus. O percurso "habitual" é a visita às cidades históricas de Isfahan, Shiraz e Tabriz, principalmente para os visitantes com mais de 50 anos, enquanto os jovens também buscam excursões pelas montanhas e pelo deserto.
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