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Ministros de Finanças do G20 buscam acordos em tempos turbulentos

17/03/2017 17h26

Rodrigo Zuleta.

Baden-Baden (Alemanha), 17 mar (EFE).- Os ministros de Finanças do G20 iniciaram nesta sexta-feira uma reunião de dois dias em Baden-Baden (sudoeste da Alemanha) em busca de acordos ou, pelo menos, de uma linguagem comum em tempos turbulentos, nos quais as diferenças parecem se sobressair entre os países do grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia.

O anfitrião da reunião, o titular de Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, admitiu durante um encontro com a imprensa que estão buscando as "palavras adequadas" para a declaração final da cúpula, levando em conta certas "sensibilidades" existentes em alguns países.

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, é novo no grupo e passou a manhã em encontros bilaterais com vários de seus colegas, após ter se reunido ontem em Berlim com Schäuble.

Não é segredo para ninguém que o gabinete do presidente dos EUA, Donald Trump, não está satisfeito com os acordos comerciais multilaterais existentes e pretende substitui-los por pactos bilaterais, o que é diametralmente oposto à posição que a presidência alemã do G20 defende.

Fontes da reunião assinalaram que foi levantada a possibilidade de usar a expressão "acordos multilaterais livres" na declaração final para levar em conta essas diversas sensibilidades.

Apesar de tudo, Schäuble se disse convencido de que será possível "manter a economia mundial em um curso estável" e "limitar as diferentes evoluções das economias do mundo a fim de que os efeitos para os outros países-membros e para todas as partes da sociedade sejam limitados".

Por enquanto, foram iniciadas as negociações sobre comércio e Schäuble também tem certeza de que é possível chegar a um consenso após sua reunião com seus colegas de EUA e China, inclusive, em tempos difíceis.

"Tentamos encontrar uma forma de como chegar a uma solução comum para essas diferentes posturas que são conhecidas", afirmou o ministro alemão em Baden-Baden.

Schaübe explicou que teve "uma impressão muito boa de seu encontro com Mnuchin" ontem em Berlim porque o americano "é a favor dos mercados abertos e do comércio mundial aberto".

Por enquanto, segundo fontes que participaram dos encontros, todas as reuniões, a portas fechadas, foram muito produtivas e se desenvolveram em uma atmosfera muito boa.

Há um compromisso de todos os membros com a cooperação internacional, a implementação da agenda de reformas do setor financeiro, a luta contra o financiamento do terrorismo e o apoio aos países africanos.

Também há compromissos relacionados à tributação internacional e está prevista a publicação de um comunicado em julho de 2017 a respeito dos padrões mínimos de erosão da base tributável e mudança de lucros (algo conhecido como BEPS, do inglês Base Erosion and Profit Shifting).

Nesse sentido, os EUA se comprometeram a cumprir os acordos internacionais a respeito.

Também são discutidas as estratégias fiscais usadas pelas empresas multinacionais para evitar o pagamento de imposto sobre sociedades e abonar menos por seus lucros em alguns países de baixa tributação, embora exerçam atividades econômicas apenas neles.

Além disso, todos os países estão comprometidos a finalizar os acordos de regulação e supervisão financeira conhecidos como Basileia III, que estabelecem os requisitos de capital mínimo que os bancos devem ter para poder fazer frente a suas posições de risco.

No primeiro dia do encontro foi apresentada a nova edição do relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE), "Aposta pelo crescimento", que promove um "crescimento inclusivo" para combater a crescente oposição a reformas estruturais que não podem ser deixadas de lado, dados os números de crescimento global dos últimos dois anos.

A OCDE reconhece que muitos países se encontram em uma encruzilhada porque a estagnação da produtividade faz as reformas necessárias e, ao mesmo tempo, leva a uma redução da renda de boa parte da população, o que debilita o apoio às mudanças.

Por isso, a organização destaca que a inclusão social deve ser um dos objetivos primordiais, além do aumento da produtividade e a geração de emprego, e propõe medidas para melhorar a educação, abrir a concorrência nos mercados e fomentar o investimento público em infraestruturas.