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AIEA diz que Pyongyang duplicou suas instalações de enriquecimento de urânio

21/03/2017 13h24

Nova York, 21 mar (EFE).- A Coreia do Norte dobrou nos últimos anos o tamanho de suas instalações para enriquecer urânio, afirmou nesta terça-feira o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano.

"A situação está muito ruim. Entrou em uma nova fase", afirmou Amano, em entrevista ao jornal "The Wall Street Journal" sobre os rápidos avanços do programa norte-coreano para produzir armas nucleares.

A Coreia do Norte anunciou em 2003 que tinha um arsenal nuclear e desde 2006 vem realizando testes nucleares e com mísseis que receberam uma unânime condenação da comunidade internacional e sanções de parte da Organização das Nações Unidas (ONU). Apesar disso, o regime de Pyongyang persistiu nestas políticas, e, segundo o diretor da AIEA, existem poucas chances de um diálogo com as autoridades norte-coreanas dar frutos.

"Não podemos ser otimistas (...). Não temos razões para isso", insistiu.

Amano foi consultado sobre a possibilidade de um acordo com a Coreia do Norte com princípios parecidos aos que permitiram alcançar um compromisso sobre o programa nuclear iraniano, mas disse que os dois casos são "muito diferentes".

"Qualquer comparação deveria ser evitada", recalcou.

A AIEA detectou por meio de imagens feitas por satélites que o regime de Pyongyang dobrou o tamanho de suas instalações nucleares em Yongbyon, onde existe a suspeita de que esteja enriquecendo urânio. Amano, porém, preferiu não fazer conjeturas sobre quantas bombas atômicas a Coreia do Norte já tem, embora fontes dos Estados Unidos e da China, segundo o jornal, acreditem que podem chegar a 40.

"Todas as indicações apontam ao fato de a Coreia do Norte estar fazendo progressos (no desenvolvimento de seu arsenal nuclear), como eles mesmos declaram", acrescentou Amano na entrevista.