FAO adverte para problemas com alimentos na América Latina a partir de 2030
La Paz, 21 ago (EFE).- A seca e outros fenômenos climáticos na América Latina terão consequências negativas na produção dos alimentos, que serão cada vez piores a partir de 2030 se não houver uma gestão conjunta de diversos setores, afirmou o representante da FAO na Bolívia, o brasileiro Crispim Moreira.
O funcionário da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) se referiu ao tema em uma entrevista à Agência Efe sobre a situação dos países da América Latina e do Caribe após um encontro internacional realizado na Bolívia, ao qual foi convocado para analisar ações contra a seca.
O brasileiro disse que a vulnerabilidade à seca afeta em diferentes magnitudes todos os países da região e está vinculado com "a falta de uma gestão integrada que considere os setores agrícolas, hídrico, urbano, econômico, social e ambiental".
"E o aumento da incidência da seca e dos fenômenos meteorológicos extremos, entre outros efeitos da mudança climática, apontam para consequências negativas na produção alimentar que serão cada vez mais graves após 2030", sustentou o especialista.
Moreira salientou que há um debate global a respeito das "grandes perdas de colheitas, animais mortos, redução dos níveis de água nas represas, proliferação de pragas e doenças".
O brasileiro citou o "Estado Mundial da Alimentação e da Agricultura 2016: Mudança climática, agricultura e segurança alimentar" para fundamentar o alerta sobre os riscos da seca, da mudança climática e das suas consequências sobre os alimentos.
O documento aponta a relação entre a "diminuição da disponibilidade da água" e o aumento dos períodos "sem chuva" com o aumento da temperatura já registrado em áreas subtropicais, especialmente na América Central, no Caribe, no Mediterrâneo, na África do Sul e na Austrália.
"As variações de chuvas e temperaturas, bem como os fenômenos meteorológicos extremos, podem provocar uma diminuição significativa nos rendimentos dos principais cultivos no início do próximo século", explicou.
Moreira acrescentou que atualmente o Brasil é um dos países mais afetados, devido ao tamanho do seu setor agropecuário, mas que a situação também é delicada em países da América Central e da América do Sul.
"Três dos cinco países com maior risco de enfrentar desastres vinculados ao clima estão na América Latina e no Caribe: Honduras, Haiti e Nicarágua", advertiu.
Moreira assegurou ainda que "a FAO está apoiando os países através de iniciativas focadas especificamente na gestão de riscos de desastres, no uso sustentável dos recursos naturais e na adaptação à mudança climática".
A posição deste escritório das Nações Unidas está orientada a mudar os enfoques reativos por aqueles que aumentem a capacidade de regiões e populações vulneráveis de sobrepor-se às mudanças do clima reduzindo os níveis de risco.
Diante da pergunta sobre quanto dinheiro os governos deveriam direcionar para a prevenção, Moreira assegurou que o importante primeiro passa por "superar a cultura reativa".
"Um enfoque reativo por si só não aumenta a resiliência de pessoas e setores às futuras secas, nem aborda a vulnerabilidade à seca", comentou.
Para a FAO, "a proteção da agricultura e dos meios de vida de populações rurais deveriam estar no centro de toda estratégia de gestão de riscos, e neste caso da seca", incluindo isto dentro de políticas públicas e planos nacionais.
Entre os dias 14 e 16 de agosto aconteceu na cidade de Santa Cruz a Conferência Internacional de Países da América Latina e do Caribe contra a Seca, impulsionada pelas autoridades bolivianas, que reuniu representantes de 16 países da região.
O funcionário da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) se referiu ao tema em uma entrevista à Agência Efe sobre a situação dos países da América Latina e do Caribe após um encontro internacional realizado na Bolívia, ao qual foi convocado para analisar ações contra a seca.
O brasileiro disse que a vulnerabilidade à seca afeta em diferentes magnitudes todos os países da região e está vinculado com "a falta de uma gestão integrada que considere os setores agrícolas, hídrico, urbano, econômico, social e ambiental".
"E o aumento da incidência da seca e dos fenômenos meteorológicos extremos, entre outros efeitos da mudança climática, apontam para consequências negativas na produção alimentar que serão cada vez mais graves após 2030", sustentou o especialista.
Moreira salientou que há um debate global a respeito das "grandes perdas de colheitas, animais mortos, redução dos níveis de água nas represas, proliferação de pragas e doenças".
O brasileiro citou o "Estado Mundial da Alimentação e da Agricultura 2016: Mudança climática, agricultura e segurança alimentar" para fundamentar o alerta sobre os riscos da seca, da mudança climática e das suas consequências sobre os alimentos.
O documento aponta a relação entre a "diminuição da disponibilidade da água" e o aumento dos períodos "sem chuva" com o aumento da temperatura já registrado em áreas subtropicais, especialmente na América Central, no Caribe, no Mediterrâneo, na África do Sul e na Austrália.
"As variações de chuvas e temperaturas, bem como os fenômenos meteorológicos extremos, podem provocar uma diminuição significativa nos rendimentos dos principais cultivos no início do próximo século", explicou.
Moreira acrescentou que atualmente o Brasil é um dos países mais afetados, devido ao tamanho do seu setor agropecuário, mas que a situação também é delicada em países da América Central e da América do Sul.
"Três dos cinco países com maior risco de enfrentar desastres vinculados ao clima estão na América Latina e no Caribe: Honduras, Haiti e Nicarágua", advertiu.
Moreira assegurou ainda que "a FAO está apoiando os países através de iniciativas focadas especificamente na gestão de riscos de desastres, no uso sustentável dos recursos naturais e na adaptação à mudança climática".
A posição deste escritório das Nações Unidas está orientada a mudar os enfoques reativos por aqueles que aumentem a capacidade de regiões e populações vulneráveis de sobrepor-se às mudanças do clima reduzindo os níveis de risco.
Diante da pergunta sobre quanto dinheiro os governos deveriam direcionar para a prevenção, Moreira assegurou que o importante primeiro passa por "superar a cultura reativa".
"Um enfoque reativo por si só não aumenta a resiliência de pessoas e setores às futuras secas, nem aborda a vulnerabilidade à seca", comentou.
Para a FAO, "a proteção da agricultura e dos meios de vida de populações rurais deveriam estar no centro de toda estratégia de gestão de riscos, e neste caso da seca", incluindo isto dentro de políticas públicas e planos nacionais.
Entre os dias 14 e 16 de agosto aconteceu na cidade de Santa Cruz a Conferência Internacional de Países da América Latina e do Caribe contra a Seca, impulsionada pelas autoridades bolivianas, que reuniu representantes de 16 países da região.
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