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Equador dá 1 mês para que Odebrecht solucione problemas em poliduto

31/08/2017 17h02

Quito, 31 ago (EFE).- O ministro de Hidrocarbonetos do Equador, Carlos Pérez, declarou nesta quinta-feira que, se em um mês a Odebrecht não solucionar os problemas detectados no poliduto Pascoal Cuenca, pode considerar esse contrato encerrado.

Pérez deu um mês de prazo para a construtora brasileira consertar os danos ocorridos no poliduto e entregar a obra de forma definitiva, informou a emissora de televisão "Ecuavisa".

"Ao meu ver, se a empresa não está disposta a resolver os problemas, não temos outra alternativa que dar por terminado esse contrato. O país não vai lhes entregar mais dinheiro", disse o funcionário ao referir-se a uma obra que demandou US$ 600 milhões de investimento.

Se concretizar este ultimato, o Estado deverá assumir os custos de reparação com a garantia existente de US$ 60 milhões.

"Nós teríamos que ver alternativas para terminar o projeto com outras empresas e fazer a remediação que isto acarreta", disse o ministro à emissora, detalhando que entre os danos detectados na infraestrutura estão a instabilidade do solo, taludes em risco de entrar em colapso e falhas no projeto.

O ministro equatoriano disse ainda que o que mais preocupa as autoridades é o fato de que o politudo não conta com uma estação de regulamento de pressão.

"Isto, ao invés de ser feito através de estações de regulamento, está sendo feito manualmente através de duas válvulas. Pode causar um dano às instalações porque a pressão que está entrando é excessiva", explicou Pérez.

A obra do poliduto é considerada uma das mais importantes do país, e foi concebida para transportar combustíveis ao longo de sete províncias.

Em dezembro do ano passado, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou que a Odebrecht havia pagado US$ 788 milhões em subornos em 12 países da América Latina e da África, incluindo o Equador.

O relatório do Departamento de Justiça americano indicou que no Equador, entre 2007 e 2016, a construtora brasileira pagou subornos no valor de mais de US$ 35,5 milhões a "funcionários do governo", o que supostamente lhe gerou lucros de mais de US$ 116 milhões.