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Governo uruguaio decreta emergência agropecuária no norte do país

28/02/2018 17h58

Montevidéu, 28 fev (EFE).- O governo do Uruguai decretou nesta quarta-feira emergência agropecuária no norte do país devido ao déficit hídrico, por isso fará uso do Fundo Agropecuário de Emergência (FAE) para oferecer crédito sem juros aos produtores familiares de até 500 hectares, informaram fontes oficiais.

O Ministério de Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) afirmou que os auxílios estão destinados à pecuária de corte e de leite.

Segundo as estimativas do ministério, a medida beneficiará aproximadamente 2.200 produtores.

A emergência, que ficará em vigor por um prazo de 90 dias, abrange regiões dos departamentos de Artigas, Salto, Paysandú, Rivera, Tacuarembó, Río Negro e Durazno

Concretamente, o governo utilizará o FAE - criado em 2008 - para colocar à disposição dos produtores rações de casca de soja para alimentar os animais, que serão entregues em três remessas: a primeira entre 1º e 10 de abril, a segunda entre 1º e 10 de maio e a terceira entre 1º e 10 de junho.

"Vamos começar com a operação a partir de amanhã (quinta-feira), o que implica a convocação das mesas de desenvolvimento rural", afirmou em entrevista coletiva o diretor de descentralização do MGAP, Ricardo Teixeira.

Nessas mesas estarão presentes diferentes organizações rurais, que deverão avaliar a demanda entre os produtores dos sete departamentos afetados e preencher uma planilha com os que solicitarem o apoio do governo, cujo prazo se encerra em 16 de março.

As autoridades do MGAP explicaram em entrevista coletiva que começarão com a entrega de casca de soja em 1º de abril, pois antes é necessário fazer a avaliação da demanda, para depois realizar a compra e distribuição do produto.

Os produtores poderão se cadastrar para receberem essa ajuda através de organizações e grupos rurais, mas não poderão ter dívidas com o MGAP de operações anteriores.

O crédito que o governo concederá aos produtores familiares de até 500 hectares poderá ser devolvido sem juros e, segundo detalharam as autoridades, em dois pagamentos anuais, um em julho de 2019 e outro em julho de 2020.

O ministro de Pecuária, Agricultura e Pesca, Enzo Benech, explicou que a falta de chuva ocasionou um "déficit hídrico" que "traz problemas" e obriga o governo a utilizar "todas as ferramentas" que estão à disposição.

Consultado sobre o prejuízo que esta seca ocasionou, Benech afirmou que é "grande", mas que ainda não foi "quantificado".