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Guerra comercial ainda é um "simulacro" e há formas de evitá-la, diz FMI

17/04/2018 13h57

Washington, 17 abr (EFE).- A temida guerra comercial entre Estados Unidos e China é ainda só um "simulacro" porque há margens para evitar uma escalada de tensões, especialmente através de decisões multilaterais, afirmou nesta terça-feira o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Maurice Obstfeld.

"Neste momento, embora tenha havido alguns tiros de advertência, é ainda um simulacro de guerra", afirmou Obstfeld em entrevista coletiva de apresentação do relatório Perspectivas Econômicas Globais do FMI.

"Creio que inda há margem para que os países se envolvam em um conjunto de discussões multilaterais para aproveitar os mecanismos de disputas disponíveis e assim evitar uma intensificação", disse o economista-chefe do FMI.

O FMI prevê um sólido crescimento econômico global de 3,9% para 2018 e 2019. No entanto, a organização comandada por Christine Lagarde não escondeu seus temores sobre as possíveis consequências das tensões comerciais entre EUA e China, ao afirmar que elas podem "minar a confiança e descarrilar o crescimento prematuramente".

A chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos colocou a base da ordem econômica global, da qual o FMI faz parte, em cheque pelo fato de o republicano criticar o livre-comércio e seus nocivos efeitos sobre os trabalhadores americanos.

Em março desse ano, Trump passou da retórica protecionista agressiva e anunciou a imposição de tarifas sobre a importação de aço e alumínio. Apesar de ter deixado União Europeia, Canadá, Austrália, México e Argentina, entre outros, de fora da taxação, a medida gerou temores sobre uma espiral de represálias comerciais.

Pouco depois, Trump determinou a realização de um estudo para impor tarifas a centenas de produtos chineses. Pequim respondeu com novas taxas sobre importações americanas.