Conectividade rural é desafio para setor que movimentou R$ 2,7 bi na Agrishow
Ribeirão Preto, 4 mai (EFE).- Durante uma semana, mais de 159 mil produtores rurais e empresários passaram pela maior feira do setor agropecuário na América Latina, a Agrishow, que bateu o recorde de R$ 2,7 bilhões em negócios fechados durante o evento - segundo anúncio feito pela organização nesta sexta-feira - e teve novas tecnologias como protagonistas.
Em meio a lançamentos de máquinas, sensores, drones e robôs, o principal debate na feira foi a falta de conectividade no campo, o que inviabiliza o entendimento e manuseio de tecnologia pelos agricultores, segundo visitantes e expositores.
"Sem a conectividade, é como brincar de botar equipamento nas máquinas. Se a gente não transforma dados em tecnologias para tomar decisão e gestão, isso se torna uma coisa supérflua. Nós vamos botar nas principais áreas agrícolas conectividade de 4G para interligar todos os nossos clientes com empresas e as máquinas deles", afirmou à Efe o presidente da John Deere no Brasil, Paulo Herrmann.
A empresa aproveitou a 25ª edição da Agrishow para lançar seu principal produto do ano focado em uma "agricultura do futuro", um centro de operações que funcionará nas áreas rurais e conectará as máquinas utilizadas no campo com uma torre central de dados na fazenda do agricultor.
Os dados passam da máquina da lavoura para o centro de operações, onde ficam armazenados e são reprocessados para oferecer as opções que devem ser realizadas na plantação, sem que o produtor precise de rede de internet sem fio, já que esta estará integrada às próprias máquinas.
As primeiras instalações ocorrerão até o final deste ano em fazendas de grande porte do Mato Grosso, "onde estarão as grandes demandas, promovendo uma conexão dos locais com a John Deere também", disse Hermann.
Segundo o executivo, a safra recorde do ano trouxe clima positivo para feira, o que gera expectativa de fechar, ao longo de 2018, cerca de 10% a mais no faturamento da empresa no Brasil.
Além da geração de um "big data agrícola", robôs, drones e sensores integrados ao maquinário do campo apareceram como os "queridinhos" dos produtores por promoverem a automatização dos cultivos, que já naturalizaram o processo de "internet das coisas" (IoT, na sigla em inglês).
"É claro que muitas tecnologias já existem há tempos e que é difícil enxergar o uso de todas elas no campo, por isso o principal desafio continua sendo a integração desses dois para facilitar uma agricultura do futuro", comentou o diretor de engenharia e desenvolvimento de produto da empresa americana Case, Sérgio Soares.
No entanto, segundo o engenheiro, outras máquinas e tratores que chegam ao Brasil ou são produzidos no país também já vislumbram conexão integrada da internet das coisas nas áreas rurais, o que torna o Brasil referência mundial para soluções de agricultura tropical.
"O Brasil se posiciona como um precursores em internet das coisas por adaptar a integração de dados à produção na agricultura tropical, o que o coloca como referência na agricultura digital", explicou à Efe Silvia Massruhá, chefe-geral do segmento de Informática Agropecuária da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
De acordo com a pesquisadora, o país, embora líder em adaptação de tecnologia no campo na América Latina, convive com desafios de conexão e desenvolvimento de algumas regiões rurais, por isso pesquisas em biotecnologia e nanotecnologia se fortalecem para resolver esses limites.
Um dos projetos pioneiros da Embrapa é o monitoramento de pragas em cultivos de café por meio de sensores em um "campo experimental" localizado em Jaguaríuna, interior de São Paulo. O objetivo é economizar recursos hídricos para melhorar a qualidade e a produção do café.
"Hoje, o Brasil é um grande exportador, player e referência da agricultura tropical e para mantermos esse protagonismo nos próximos anos é preciso tentar trabalhar mais a integração de dados baseada no conhecimento digital", ressaltou Silvia.
Além das áreas de testes governamentais, o país é terreno para instalação de laboratórios de tecnologia de ponta com interesse na agricultura, como é o caso do primeiro centro de Experiência de Internet das Coisas do país, o 'IoT Open Labs', da empresa de infraestrutura de telecomunicações, American Tower.
Para garantir um menor preço, o IoT Open Lab contempla uma infraestrutura de rede de baixa potência (Low Power Wide Area Network) feita para conectar dispositivos e sensores que funcionam por sistemas de bateria que podem durar anos.
"No caso do monitoramento de solos, sensores são colocados em diversos pontos das plantações e periodicamente, via rede LoRa (rede de longo alcance e baixo custo), são enviadas informações da umidade para uma aplicação, que pode mostrar dados em um computador, tablet ou até smartphone", detalhou Abel Camargo, Diretor Sênior de Estratégia e Novos Negócios da American Tower no Brasil.
De acordo com estudo do BNDS feito em 2017, o potencial de IoT no Brasil pode resultar em uma produtividade estimada em US$ 200 bilhões até 2025.
"A tendência é que todos os seguimentos utilizem internet das coisas e no campo não seria diferente, visto que os produtos já começam a ficar ser fabricados com mais tecnologia e temos as demandas de alimentação mundial, que só serão alcançadas por meio de tecnologia", reforçou a Ele o diretor de desenvolvimento da empresa de máquinas Case na América Latina, Felipe Pedrosa.
Em meio a lançamentos de máquinas, sensores, drones e robôs, o principal debate na feira foi a falta de conectividade no campo, o que inviabiliza o entendimento e manuseio de tecnologia pelos agricultores, segundo visitantes e expositores.
"Sem a conectividade, é como brincar de botar equipamento nas máquinas. Se a gente não transforma dados em tecnologias para tomar decisão e gestão, isso se torna uma coisa supérflua. Nós vamos botar nas principais áreas agrícolas conectividade de 4G para interligar todos os nossos clientes com empresas e as máquinas deles", afirmou à Efe o presidente da John Deere no Brasil, Paulo Herrmann.
A empresa aproveitou a 25ª edição da Agrishow para lançar seu principal produto do ano focado em uma "agricultura do futuro", um centro de operações que funcionará nas áreas rurais e conectará as máquinas utilizadas no campo com uma torre central de dados na fazenda do agricultor.
Os dados passam da máquina da lavoura para o centro de operações, onde ficam armazenados e são reprocessados para oferecer as opções que devem ser realizadas na plantação, sem que o produtor precise de rede de internet sem fio, já que esta estará integrada às próprias máquinas.
As primeiras instalações ocorrerão até o final deste ano em fazendas de grande porte do Mato Grosso, "onde estarão as grandes demandas, promovendo uma conexão dos locais com a John Deere também", disse Hermann.
Segundo o executivo, a safra recorde do ano trouxe clima positivo para feira, o que gera expectativa de fechar, ao longo de 2018, cerca de 10% a mais no faturamento da empresa no Brasil.
Além da geração de um "big data agrícola", robôs, drones e sensores integrados ao maquinário do campo apareceram como os "queridinhos" dos produtores por promoverem a automatização dos cultivos, que já naturalizaram o processo de "internet das coisas" (IoT, na sigla em inglês).
"É claro que muitas tecnologias já existem há tempos e que é difícil enxergar o uso de todas elas no campo, por isso o principal desafio continua sendo a integração desses dois para facilitar uma agricultura do futuro", comentou o diretor de engenharia e desenvolvimento de produto da empresa americana Case, Sérgio Soares.
No entanto, segundo o engenheiro, outras máquinas e tratores que chegam ao Brasil ou são produzidos no país também já vislumbram conexão integrada da internet das coisas nas áreas rurais, o que torna o Brasil referência mundial para soluções de agricultura tropical.
"O Brasil se posiciona como um precursores em internet das coisas por adaptar a integração de dados à produção na agricultura tropical, o que o coloca como referência na agricultura digital", explicou à Efe Silvia Massruhá, chefe-geral do segmento de Informática Agropecuária da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
De acordo com a pesquisadora, o país, embora líder em adaptação de tecnologia no campo na América Latina, convive com desafios de conexão e desenvolvimento de algumas regiões rurais, por isso pesquisas em biotecnologia e nanotecnologia se fortalecem para resolver esses limites.
Um dos projetos pioneiros da Embrapa é o monitoramento de pragas em cultivos de café por meio de sensores em um "campo experimental" localizado em Jaguaríuna, interior de São Paulo. O objetivo é economizar recursos hídricos para melhorar a qualidade e a produção do café.
"Hoje, o Brasil é um grande exportador, player e referência da agricultura tropical e para mantermos esse protagonismo nos próximos anos é preciso tentar trabalhar mais a integração de dados baseada no conhecimento digital", ressaltou Silvia.
Além das áreas de testes governamentais, o país é terreno para instalação de laboratórios de tecnologia de ponta com interesse na agricultura, como é o caso do primeiro centro de Experiência de Internet das Coisas do país, o 'IoT Open Labs', da empresa de infraestrutura de telecomunicações, American Tower.
Para garantir um menor preço, o IoT Open Lab contempla uma infraestrutura de rede de baixa potência (Low Power Wide Area Network) feita para conectar dispositivos e sensores que funcionam por sistemas de bateria que podem durar anos.
"No caso do monitoramento de solos, sensores são colocados em diversos pontos das plantações e periodicamente, via rede LoRa (rede de longo alcance e baixo custo), são enviadas informações da umidade para uma aplicação, que pode mostrar dados em um computador, tablet ou até smartphone", detalhou Abel Camargo, Diretor Sênior de Estratégia e Novos Negócios da American Tower no Brasil.
De acordo com estudo do BNDS feito em 2017, o potencial de IoT no Brasil pode resultar em uma produtividade estimada em US$ 200 bilhões até 2025.
"A tendência é que todos os seguimentos utilizem internet das coisas e no campo não seria diferente, visto que os produtos já começam a ficar ser fabricados com mais tecnologia e temos as demandas de alimentação mundial, que só serão alcançadas por meio de tecnologia", reforçou a Ele o diretor de desenvolvimento da empresa de máquinas Case na América Latina, Felipe Pedrosa.
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