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Putin adverte que protecionismo é um desafio para a economia global

12/09/2018 09h33

Moscou, 12 set (EFE).- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, advertiu nesta quarta-feira que o crescente protecionismo representa um desafio para a economia global e, em particular, para o desenvolvimento da região Ásia-Pacífico.

"A economia está cada vez mais confrontada com novas formas de protecionismo, com barreiras de vários tipos, que nos últimos tempos se acentuaram e crescem de maneira desmedida", disse Putin, citado pela agência "RIA Novosti", no IV Fórum Econômico Oriental, realizado em Vladivostok.

O chefe do Kremlin ressaltou que esta situação "desvaloriza e destrói os princípios básicos do comércio, a concorrência, o lucro econômico mútuo, transformando-os em reféns de posturas ideológicas e de situações políticas conjunturais".

"Vemos nisso um sério desafio para toda a economia global, principalmente para o desenvolvimento dinâmico da região Ásia-Pacífico, para sua liderança".

Em seu discurso, o presidente russo insistiu sobre a necessidade de a região Ásia-Pacífico conservar o espírito da liberdade econômica.

Desse modo, Putin uniu sua voz à do presidente da China, Xi Jinping, que ontem defendeu no Fórum que Pequim e Moscou trabalhem juntos para fazer frente ao protecionismo, "ações econômicas hostis" e enfoques unilaterais, em uma clara referência às políticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Em seu discurso em uma mesa-redonda sobre cooperação inter-regional, Xi disse que junto à globalização econômica e à política multipolar há "outras tendências que vão contra este desenvolvimento positivo",

"Vemos ações unilaterais e ações econômicas hostis, mas Rússia e China são bons vizinhos e parceiros. Ambos entramos em uma nova era de cooperação e juntos poderemos neutralizar os desafios e riscos que enfrentamos", ressaltou o presidente chinês, que ontem se reuniu com Putin.

Xi não mencionou diretamente os EUA, mas suas palavras se referiam às políticas de Trump e às tensões comerciais entre ambos os países pela imposição mútua de tarifas sobre a importação de produtos chineses e americanos, respectivamente.