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EUA sanciona empresas russas que ajudam Irã a vender petróleo à Síria

20/11/2018 17h03

Washington, 20 nov (EFE).- Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira sanções a empresas russas por ajudarem o Irã a vender "milhões de barris de petróleo" à Síria, e as transações beneficiaram financeiramente os grupos islâmicos Hamas e Hezbollah, segundo o governo americano, que considera ambas as organizações como terroristas.

"Hoje, atuamos contra um complexo programa que usou o Irã e a Rússia para promover o regime de (o presidente sírio, Bashar al) Assad e gerar recursos para as atividades maliciosas iranianas", disse em comunicado o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin.

As sanções fazem parte da campanha americana para reduzir ao mínimo as vendas do petróleo iraniano no mercado internacional. Entre os afetados pelo anúncio de hoje está uma filial do Ministério de Energia da Rússia, Promsyrioimport.

No centro do esquema está um empresário sírio, Mohammed Amre Alchwiki, que através da empresa russa teria um "papel central" na "entrega de petróleo do Irã para a Síria". Além disso, ele também atuou, segundo Mnuchin, na transferência dos recursos oriundos da operação ao Hezbollah e ao Hamas.

"A empresa de Alchwiki, chamada Global Vision Group, trabalha com a companhia estatal russa Promsyrioimport para facilitar a entrega do petróleo iraniano à Síria por meio de uma série de navios, muito deles com seguro de companhias europeias", afirmou o governo americano no comunicado.

O Departamento do Tesouro publicou hoje uma lista de navios que entregaram petróleo iraniano à Síria desde 2016. O objetivo da publicação é "avisar à comunidade marítima" sobre os riscos desse tipo de negócios.

De acordo com o comunicado do governo americano, o Banco Central do Irã escondeu suas conexões com Achwiki com um sistema de pagamento que envolve a sede de um banco do país na Rússia e duas empresas iranianas do setor de saúde, também sancionadas hoje.

Assim que Alchwiki recebe os recursos, ele transfere o dinheiro para Promsyrioimport, que paga pelo envio do petróleo do Irã à Síria, segundo o Departamento do Tesouro dos EUA.

O empresário sírio também ajuda a "transferir centenas de milhões de dólares aos seguidores do Irã" no Oriente Médio, como o Hamas e o Hezbollah, considerados grupos terroristas pelo governo americano, por meio do Banco Central da Síria.

Como consequência da saída do acordo nuclear com o Irã, os EUA impuseram há duas semanas fortes sanções sobre a venda do petróleo do país. No entanto, oito países estão temporariamente livres das restrições - China, Índia, Itália, Grécia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan e Turquia.