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No Senado dos EUA, executivo do Google nega lançamento de buscador na China

11/12/2018 16h16

Washington, 11 dez (EFE).- O executivo-chefe do Google, Sundar Pichai, negou nesta terça-feira, durante audiência no Congresso dos Estados Unidos, que a empresa tenha planos de lançar um motor de busca censurado na China, atendendo a pedidos do governo local.

"Não temos planos de lançar um motor de busca na China. Apostamos e apoiamos a liberdade de expressão e os direitos humanos. Por enquanto, não há nenhum plano nesse país", disse Pichai, sob juramento, na audiência realizada no Senado americano.

As declarações de Pichai ocorrem depois da versão americana do site "The Intercept" ter revelado documentos internos do Google que mostravam que a empresa planejava relançar um buscador na China com resultados censurados para cumprir os requisitos do governo.

Segundo o "The Intercept", o Google preparava uma versão para dispositivos móveis de seu motor de busca, bloqueado na China desde 2010. O sistema vetaria a exibição de alguns sites para voltar a funcionar. Buscas sobre direitos humanos, religião e protestos pacíficos seriam algumas das censuradas.

O projeto, batizado de Dragonfly, começou a tomar forma em dezembro de 2017 após uma reunião entre Pichai e um representante do alto escalão do governo da China, segundo o "The Intercept".

Pichai confirmou em outubro a existência do projeto, mas hoje, durante a audiência no Senado, negou qualquer intenção da empresa de lançar um buscador especial para a censurada internet chinesa.

"Cada vez que consideramos trabalhar em um país, uma equipe estuda as condições para operar lá. No entanto, não vamos fazer isso na China", disse o executivo-chefe do Google.

A possibilidade de o Google ceder às exigências da China recebeu múltiplas críticas nos Estados Unidos, tanto por parte de políticos, como de organizações de direitos humanos.

Há duas semanas, funcionários do Google publicaram um manifesto no qual pediam que a empresa desistisse de voltar ao mercado chinês com um buscador que seria "censurado" e permitiria que as autoridades locais "vigiassem" os movimentos dos cidadãos.