Capital chinesa do carvão aposta na mineração "verde" para revitalizar-se
Javier Castro Bugarín.
Datong (China), 17 dez (EFE).- Com um olho na transição energética e outro no cuidado com o meio ambiente, a capital chinesa do carvão, Datong, na província de Shanxi, apostou na mineração "verde" para revitalizar sua indústria de energia e torná-la mais sustentável.
Shanxi, que possui um terço das reservas de carvão da China, vive um processo de renovação energética devido à intenção do Governo de cortar a produção deste mineral nos próximos anos, tanto pelo excesso de capacidade como por causa da poluição que afeta grande parte do norte do país.
Em prol de manter uma exploração sustentada a longo prazo, a principal companhia mineradora de Datong iniciou em 2003 a construção do parque industrial de Tashan, em funcionamento desde 2009 e que opera sob o lema "carvão negro, mineração verde".
Com um investimento estimado de 3,034 bilhões de iuanes (US$ 440,9 milhões), o primeiro complexo de "minas verdes" da China reúne 20 projetos, que vão desde a própria exploração do carvão até sua reutilizações para a produção de químicos, eletricidade e cimento, entre outros.
Neste sentido, o parque aproveita os dejetos produzidos pela mina, tais como CO2, água poluída e o próprio calor desperdiçado, para ser utilizado pelas demais iniciativas do complexo, em um tipo de "economia circular".
A própria "reciclagem" da água poluída é um dos elementos mais inovadores: um circuito fechado purifica 100% da água da mina, que é reutilizada para regar as áreas verdes do parque, esfriar os fornos ou ser usada no resto dos processos industriais.
Além disso, a mina mudou a exploração ao ar livre tradicional pela extração subterrânea com veículos, de modo que o número de acidentes "reduziu extremamente", afirmou à Agência Efe Ge Lilong, um dos encarregados da segurança do parque.
"Nas minas de carvão de antes fazíamos praticamente tudo com as mãos e havia muito mais coisas com as quais se preocupar, mas aqui o processo é muito mais mecanizado", explicou Lilong.
Tal ação reverte por sua vez em uma emissão de gases contaminantes muito menor, uma qualidade que "melhora a qualidade do ar" e transforma Tashan na fábrica "mais completa da província", segundo as autoridades que, apesar disso, não fornecem dados precisos sobre o volume de emissões do complexo.
No entanto, as autoridades informaram que 23 milhões de toneladas de carvão são extraídos todo ano da mina, depois de reduzir em 15% a capacidade em 2016 para cumprir as novas leis do Governo.
Para Li Sichao, engenheiro de 29 anos, é um "orgulho" poder aplicar tudo o que aprendeu na universidade no seu dia a dia em Tashan, razão pela qual não planeja mudar de trabalho.
"Não há nenhuma mina como esta. Como é complicado entrar aqui, seria uma bobagem pensar em deixá-la", comentou entre risos.
Projetos como o de Tashan são destinados a substituir paulatinamente as demais minas de Shanxi, como é o caso da exploração de Jinhuagong, aberta em 1956 a cerca de 12 quilômetros a noroeste de Datong.
Produtora de 4,5 milhões de toneladas de carvão por ano e com reservas de mais de 150 milhões, em Jinhuagong convivem o novo e o velho: um equipamento avançado com modernas baterias para os capacetes que contrastam com instalações que precisam de uma reforma completa.
Em todo caso, o Governo de Pequim tem a última palavra sobre uma política energética orientada à eficiência de recursos, razão pela qual Jinhuagong tarde ou cedo fechará suas portas, embora as autoridades provinciais não falem uma data específica.
Isto abre um horizonte de incerteza para as 50 mil pessoas, 6 mil delas trabalhadores do complexo, que vivem nas imediações da exploração mineradora, uma região construída especialmente para os mineradores e suas famílias.
No entanto, as autoridades provinciais negam que a "mineração verde" vá levar estes trabalhadores ao desemprego: a maioria deles serão realocados em novas minas ou em outros projetos relacionados com o setor.
Datong (China), 17 dez (EFE).- Com um olho na transição energética e outro no cuidado com o meio ambiente, a capital chinesa do carvão, Datong, na província de Shanxi, apostou na mineração "verde" para revitalizar sua indústria de energia e torná-la mais sustentável.
Shanxi, que possui um terço das reservas de carvão da China, vive um processo de renovação energética devido à intenção do Governo de cortar a produção deste mineral nos próximos anos, tanto pelo excesso de capacidade como por causa da poluição que afeta grande parte do norte do país.
Em prol de manter uma exploração sustentada a longo prazo, a principal companhia mineradora de Datong iniciou em 2003 a construção do parque industrial de Tashan, em funcionamento desde 2009 e que opera sob o lema "carvão negro, mineração verde".
Com um investimento estimado de 3,034 bilhões de iuanes (US$ 440,9 milhões), o primeiro complexo de "minas verdes" da China reúne 20 projetos, que vão desde a própria exploração do carvão até sua reutilizações para a produção de químicos, eletricidade e cimento, entre outros.
Neste sentido, o parque aproveita os dejetos produzidos pela mina, tais como CO2, água poluída e o próprio calor desperdiçado, para ser utilizado pelas demais iniciativas do complexo, em um tipo de "economia circular".
A própria "reciclagem" da água poluída é um dos elementos mais inovadores: um circuito fechado purifica 100% da água da mina, que é reutilizada para regar as áreas verdes do parque, esfriar os fornos ou ser usada no resto dos processos industriais.
Além disso, a mina mudou a exploração ao ar livre tradicional pela extração subterrânea com veículos, de modo que o número de acidentes "reduziu extremamente", afirmou à Agência Efe Ge Lilong, um dos encarregados da segurança do parque.
"Nas minas de carvão de antes fazíamos praticamente tudo com as mãos e havia muito mais coisas com as quais se preocupar, mas aqui o processo é muito mais mecanizado", explicou Lilong.
Tal ação reverte por sua vez em uma emissão de gases contaminantes muito menor, uma qualidade que "melhora a qualidade do ar" e transforma Tashan na fábrica "mais completa da província", segundo as autoridades que, apesar disso, não fornecem dados precisos sobre o volume de emissões do complexo.
No entanto, as autoridades informaram que 23 milhões de toneladas de carvão são extraídos todo ano da mina, depois de reduzir em 15% a capacidade em 2016 para cumprir as novas leis do Governo.
Para Li Sichao, engenheiro de 29 anos, é um "orgulho" poder aplicar tudo o que aprendeu na universidade no seu dia a dia em Tashan, razão pela qual não planeja mudar de trabalho.
"Não há nenhuma mina como esta. Como é complicado entrar aqui, seria uma bobagem pensar em deixá-la", comentou entre risos.
Projetos como o de Tashan são destinados a substituir paulatinamente as demais minas de Shanxi, como é o caso da exploração de Jinhuagong, aberta em 1956 a cerca de 12 quilômetros a noroeste de Datong.
Produtora de 4,5 milhões de toneladas de carvão por ano e com reservas de mais de 150 milhões, em Jinhuagong convivem o novo e o velho: um equipamento avançado com modernas baterias para os capacetes que contrastam com instalações que precisam de uma reforma completa.
Em todo caso, o Governo de Pequim tem a última palavra sobre uma política energética orientada à eficiência de recursos, razão pela qual Jinhuagong tarde ou cedo fechará suas portas, embora as autoridades provinciais não falem uma data específica.
Isto abre um horizonte de incerteza para as 50 mil pessoas, 6 mil delas trabalhadores do complexo, que vivem nas imediações da exploração mineradora, uma região construída especialmente para os mineradores e suas famílias.
No entanto, as autoridades provinciais negam que a "mineração verde" vá levar estes trabalhadores ao desemprego: a maioria deles serão realocados em novas minas ou em outros projetos relacionados com o setor.
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