EUA criticam China e OMC após relatório sobre política comercial do país
Genebra, 17 dez (EFE).- Os Estados Unidos criticaram nesta segunda-feira a China e a Organização Mundial do Comércio (OMC) após a divulgação de um relatório que a organização fez sobre os dois últimos anos de políticas comerciais americanas em uma reunião realizada em Genebra.
Embora o relatório tenha se limitado a resumir, sem avaliar, os dois anos de políticas comerciais do governo Donald Trump, a delegação dos EUA, liderada pelo embaixador Dennis Shea, semeou dúvidas sobre o funcionamento da organização e classificou a China como fator desestabilizador do comércio mundial.
"A OMC que os Estados Unidos ajudaram a criar, e a que queremos, não é em muitas questões-chave a que temos hoje", destacou Shea em seu discurso, no qual ressaltou que a organização assumiu poderes que os países-membros nunca quiseram que tivesse, por exemplo, através de seu sistema de resolução de disputas.
Shea argumentou, além disso, que a entidade "não está bem equipada" para assumir o grande desafio representado pela China, "que continua abraçando com um enfoque estatista e mercantilista a economia e o comércio".
O embaixador americano para a OMC acusou a China de manter injustas práticas de concorrência, discriminatórias para as empresas estrangeiras, a fim de promover a sua própria indústria.
Já o embaixador chinês, Zhang Xiaochen, respondeu que desde o último ano se vê "um Estados Unidos diferente, com um poder e responsabilidade severamente desequilibrados" e que fez ressurgir o fantasma do unilateralismo.
O representante da potência asiática lembrou que os EUA mantêm bloqueada a nomeação de novos representantes no Órgão de Apelação, um dos braços mais importantes da OMC para a resolução de disputas, e criticou as tarifas americanas ao aço e ao alumínio importados de outros países, "baseando-se em duvidosas razões de segurança nacional".
Já o embaixador da União Europeia para a OMC, Marc Vanheukelen, lamentou que a retórica protecionista que já era prevista na reunião anterior sobre as políticas comerciais dos EUA (realizada em 2016, pouco antes que Trump assumir a presidência) tenha se tornado realidade e tenha agora repercussão nas perspectivas de crescimento mundial.
"O sistema de comércio multilateral está em uma profunda crise, e os Estados Unidos estão no epicentro", afirmou Vanheukelen, que também se mostrou surpreso com o tom agressivo dos relatórios dos EUA para a reunião, ao usar nele termos "incomuns para um membro da OMC" como "ameaça", "agressão" e "mentir".
A saída dos EUA do Tratado Transpacífico (TTP) ou a paralisação das negociações para um pacto similar com a União Europeia (conhecido como TTIP), além das tarifas sobre aço e alumínio importados ou a contínua disputa comercial com a China causaram tensões nos mercados desde a chegada de Trump ao poder.
Por outro lado, o relatório da OMC reconheceu hoje que a economia dos Estados Unidos está no nono ano consecutivo em expansão e lembrou que o PIB cresceu 4,1% no segundo trimestre de 2018 em relação ao mesmo período no ano anterior.
Embora o relatório tenha se limitado a resumir, sem avaliar, os dois anos de políticas comerciais do governo Donald Trump, a delegação dos EUA, liderada pelo embaixador Dennis Shea, semeou dúvidas sobre o funcionamento da organização e classificou a China como fator desestabilizador do comércio mundial.
"A OMC que os Estados Unidos ajudaram a criar, e a que queremos, não é em muitas questões-chave a que temos hoje", destacou Shea em seu discurso, no qual ressaltou que a organização assumiu poderes que os países-membros nunca quiseram que tivesse, por exemplo, através de seu sistema de resolução de disputas.
Shea argumentou, além disso, que a entidade "não está bem equipada" para assumir o grande desafio representado pela China, "que continua abraçando com um enfoque estatista e mercantilista a economia e o comércio".
O embaixador americano para a OMC acusou a China de manter injustas práticas de concorrência, discriminatórias para as empresas estrangeiras, a fim de promover a sua própria indústria.
Já o embaixador chinês, Zhang Xiaochen, respondeu que desde o último ano se vê "um Estados Unidos diferente, com um poder e responsabilidade severamente desequilibrados" e que fez ressurgir o fantasma do unilateralismo.
O representante da potência asiática lembrou que os EUA mantêm bloqueada a nomeação de novos representantes no Órgão de Apelação, um dos braços mais importantes da OMC para a resolução de disputas, e criticou as tarifas americanas ao aço e ao alumínio importados de outros países, "baseando-se em duvidosas razões de segurança nacional".
Já o embaixador da União Europeia para a OMC, Marc Vanheukelen, lamentou que a retórica protecionista que já era prevista na reunião anterior sobre as políticas comerciais dos EUA (realizada em 2016, pouco antes que Trump assumir a presidência) tenha se tornado realidade e tenha agora repercussão nas perspectivas de crescimento mundial.
"O sistema de comércio multilateral está em uma profunda crise, e os Estados Unidos estão no epicentro", afirmou Vanheukelen, que também se mostrou surpreso com o tom agressivo dos relatórios dos EUA para a reunião, ao usar nele termos "incomuns para um membro da OMC" como "ameaça", "agressão" e "mentir".
A saída dos EUA do Tratado Transpacífico (TTP) ou a paralisação das negociações para um pacto similar com a União Europeia (conhecido como TTIP), além das tarifas sobre aço e alumínio importados ou a contínua disputa comercial com a China causaram tensões nos mercados desde a chegada de Trump ao poder.
Por outro lado, o relatório da OMC reconheceu hoje que a economia dos Estados Unidos está no nono ano consecutivo em expansão e lembrou que o PIB cresceu 4,1% no segundo trimestre de 2018 em relação ao mesmo período no ano anterior.
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