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EUA acusam 2 hackers de lucrarem com dados de empresas cotadas na bolsa

15/01/2019 20h19

Nova York, 15 jan (EFE).- A Justiça dos Estados Unidos acusou nesta terça-feira dois homens ucranianos de supostamente hackearem o sistema da Comissão de Títulos e Câmbio (mercado de valores) e roubarem dados confidenciais de empresas cotadas que depois vendiam a especuladores.

Artem Radchenko, de 27 anos, e Oleksandr Ieremenko, de 26, têm 16 acusações relacionadas com fraude eletrônica e informática pela participação em um "esquema internacional em grande escala", segundo informou o escritório do procurador de Nova Jersey.

De acordo com documentos da acusação citados pela Procuradoria, os hackers acessaram um sistema de armazenamento e análise de dados do órgão conhecido como EDGAR e obtiveram milhares de arquivos, entre eles resultados corporativos.

"Atacaram a Comissão de Títulos e Câmbio com ciberataques implacáveis e sofisticados, roubando milhares de documentos confidenciais e comercializando a informação interna antes que chegasse ao mercado, às custas do investidor médio", explicou o procurador Craig Carpenito.

Os acusados participaram do esquema com outras pessoas entre fevereiro de 2016 e março de 2017. Na época, Ieremenko já tinha sido acusado por este tipo de crime em Nova Jersey e, segundo a Procuradoria, empregou métodos similares para atacar a Comissão.

Nesta terça-feira, a Comissão de Títulos e Câmbio apresentou acusações contra nove pessoas e entidades relacionadas com a invasão do sistema EDGAR, entre elas Iemerenko, por fazerem negócios com 157 resultados corporativos em meados de 2016 e embolsarem ilegalmente cerca de US$ 4,1 milhões.

A Procuradoria descreveu como os hackers ucranianos roubaram um documento corporativo recém-publicado no sistema, o copiaram para um servidor na Lituânia e um especulador comprou ações no valor de US$ 2,4 milhões.

A empresa divulgou, minutos depois, resultados trimestrais nos quais previa lucro recorde em 2016. No dia seguinte, o especulador vendeu as ações e obteve mais de US$ 270 mil.

As acusações de fraude eletrônica que os dois hackers enfrentam podem ser penalizadas com um máximo de 20 anos de prisão e uma multa de US$ 250 mil. Os crimes de fraude da bolsa e informática podem ser punidos com até cinco anos e a mesma quantia. EFE