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Comissão Europeia veta fusão entre francesa Alstom e alemã Siemens

06/02/2019 11h06

Bruxelas, 6 fev (EFE).- A Comissão Europeia, o órgão executivo da União Europeia (UE), proibiu nesta quarta-feira a aquisição da empresa francesa Alstom por parte da alemã Siemens por considerar que isto prejudicará a concorrência nos mercados de trens de alta velocidade e de sistemas de sinalização, apesar das advertências de Berlim e Paris contra o veto.

A Comissão argumentou em comunicado que as soluções oferecidas pelas companhias para abordar essas preocupações, que consistem na transferência ou cessão de alguns ativos nessas áreas de negócio, não são suficientes.

"Sem compromissos suficientes, esta fusão resultaria em preços mais altos para os sistemas de sinalização que mantêm os passageiros seguros e para as gerações futuras de trens de alta velocidade. A Comissão proibiu a fusão porque as companhias não desejavam abordar nossas sérias preocupações", disse a comissária para a Concorrência, a dinamarquesa Margrethe Vestager.

A investigação implementada pela Comissão em julho de 2018 revelou que o grupo resultante da fusão entre as duas companhias do setor ferroviário se transformaria em líder no mercado de sistemas de sinalização para várias grandes linhas de trem e de metrô.

Além disso, a empresa resultante adquiriria uma posição "dominante" no mercado de materiais para trens de alta velocidade, ocupando grande parte do mercado tanto na Europa como no resto do mundo, com a exceção de Coreia do Sul, Japão e China, que não estão abertos à concorrência.

A investigação também levou em conta a concorrência no mercado global, especialmente por parte de empresas da China, explicou a Comissão, que foi pressionada pelos governos francês e alemão a aprovar a fusão sob a alegação de que, de outra maneira, as empresas europeias não poderão competir com a gigante chinesa CRRC.

Bruxelas concluiu que "é muito improvável" que a entrada de empresas chinesas no mercado de trens de alta velocidade venha a representar um problema de concorrência para Alstom e Siemens no futuro.

No mercado de sinalização, a Comissão confirmou que atualmente não há participação de empresas chinesas no Espaço Econômico Europeu e acredita que "levará muito tempo" até que as mesmas possam se transformar em fornecedores "efetivos" na Europa.

Além disso, o órgão executivo da UE acredita que as cessões propostas pelas empresas para receber o sinal verde para a fusão não resolvem os problemas de concorrência.

Alstom e Siemens anunciaram em setembro de 2017 a fusão com a qual pretendiam criar a segunda maior empresa do mundo no setor ferroviário, com dimensão para enfrentar a concorrência global e em particular da gigante chinesa CRRC. EFE