Sindicatos marcham em todo país contra proposta da reforma da previdência
São Paulo/Rio de Janeiro, 22 mar (EFE).- Os principais sindicatos do país se mobilizaram nesta sexta-feira em 120 cidades para protestar contra a reforma da previdência proposta pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.
A jornada, denominada como Dia Nacional de Luta Contra a Reforma da Previdência, foi organizada em todas as capitais e em cerca de outras 100 cidades, mobilizando também organizações sociais que se posicionaram contra a reforma.
"Hoje é o marco, hoje se inicia uma grande jornada pelo país contra esse projeto de destruição da previdência social", disse à Agência Efe em São Paulo o ex-candidato presidencial Guilherme Boulos, um dos líderes do PSOL e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Boulos liderou a concentração nos arredores do MASP, na Avenida Paulista, que, de acordo com números da organização, reuniu 70.000 pessoas.
As mobilizações acontecem um dia depois da prisão do ex-presidente Michel Temer, o que poderia dificultar a aprovação no Congresso da reforma proposta pelo Executivo.
"É uma questão deles. Se eles têm divergências internas na base do governo é uma questão deles", comentou Boulos sobre a possível trava na tramitação do texto.
A reforma da previdência é uma das principais promessas de campanha de Bolsonaro, que em fevereiro deste ano apresentou o projeto ao Congresso, com o qual pretende economizar R$ 1 trilhão em dez anos.
"Eu penso que quem vai perder mais são os professores, que vão perder a aposentadoria especial, ter de ficar 40 anos em uma sala de aula", declarou à Efe a professora Andrea Carla Selarin, de 47 anos.
Se for finalmente aprovada, a reforma deixará aberto o caminho para um sistema de capitalização individual, similar ao chileno e no qual a aposentadoria de cada trabalhador dependerá da sua capacidade de poupança ao longo da sua vida laboral.
"Olhe o que aconteceu no Chile, que é o modelo deles, e hoje, no Chile, 80% dos aposentados recebe menos de um salário mínimo. Esse é o projeto, destruir a previdência social, e as pessoas estão começando a se dar conta e perceber", criticou Boulos.
No Rio de Janeiro, a manifestação aconteceu no centro da cidade, em frente à igreja da Candelária, e os gritos contra o governo de Bolsonaro e a favor dos direitos dos trabalhadores se repetiram durante mais de cinco horas.
Na manifestação também era possível ver cartazes com lemas feministas e em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Nesse sentido, Silvia Helena dos Santos, professora presente na manifestação, opinou que a reforma "prejudica a mulher, que vai ter de trabalhar mais ainda".
"A mulher, que já é sobrecarregada, é dona de casa, que estuda, trabalha, vai ter de trabalhar mais", lamentou. EFE
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