Esposa de Ghosn retorna ao Japão para depor sobre acusações contra empresário
Tóquio, 10 abr (EFE).- A esposa do ex-presidente de Nissan Motor e Renault, o franco-brasileiro Carlos Ghosn, retornou nesta quarta-feira ao Japão procedente da França para depor sobre as últimas acusações apresentadas contra seu marido, informaram veículos de imprensa locais.
Carole Ghosn chegou nesta quarta-feira ao aeroporto de Haneda para prestar depoimento às autoridades japonesas e "contribuir para esclarecer as suspeitas sobre a inocência" do ex-diretor, segundo disseram fontes próximas do caso ao jornal japonês "Nikkei".
A esposa de Ghosn tinha deixado o Japão na última sexta-feira, um dia depois que seu marido voltou a ser detido pelas autoridades por novas acusações enquanto gozava de liberdade após pagamento de fiança.
Carole Ghosn viajou à França para "pedir ajuda ao governo francês e à ONU" pelas supostas violações de direitos humanos relacionadas com a detenção prolongada de seu marido no Japão, segundo o jornal japonês.
Em declarações anteriores a veículos de imprensa franceses, a esposa do ex-presidente de Renault e Nissan disse que deixou o Japão depois que as autoridades do país asiático confiscaram seu passaporte libanês - ela também dispõe de um documento americano, com o qual pôde viajar à França - e solicitaram que prestasse depoimento de forma voluntária.
O Ministério Público do Japão queria interrogar Carole Ghosn sobre a suspeita de que parte dos pagamentos da Nissan Motor a uma empresa em Omã foi desviada para contas de uma companhia em seu nome, disseram à agência de notícias "Kyodo" fontes ligadas ao caso.
A Justiça japonesa suspeita que a companhia no nome da esposa de Ghosn usou parte desses recursos desviados para adquirir um iate para a família do empresário, segundo os veículos de imprensa japoneses.
As novas diligências que levaram Ghosn de volta para a prisão estão relacionadas com uma série de transferências feitas em 2015 e 2018 para uma distribuidora em Omã e que, segundo o Ministério Público japonês, acabaram em parte em contas bancárias controladas por Ghosn e sua família. EFE
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