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EUA puxam queda de 27% em investimentos estrangeiros no mundo em 2018

29/04/2019 16h36

Paris, 29 abr (EFE).- Os investimentos estrangeiros no mundo caíram 27% em 2018 a respeito do ano anterior, o nível mais baixo desde 1999, sobretudo pelo efeito da reforma tributária realizada pelos Estados Unidos, que motivou uma repatriação em massa de capitais pelas empresas do país.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) explicou em relatório anual divulgado nesta segunda-feira que os fluxos de investimento estrangeiro ficaram no ano passado em US$ 1,097 trilhão, registrando a terceira queda anual consecutiva, o que representa 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB) global.

Os Estados Unidos, que habitualmente são o principal investidor (em 2017 tinham injetado US$ 316 bilhões no exterior), apresentaram pela primeira vez desde 2005 um saldo negativo, de US$ 48 bilhões.

O primeiro da lista passou a ser o Japão, com US$ 143 bilhões, apesar de uma considerável queda a respeito a 2017 (US$ 160 bilhões), seguido por China (US$ 96 bilhões, US$ 138 bilhões em 2017), França (US$ 93 bilhões, US$ 58 bilhões em 2017), Alemanha (US$ 63 bilhões, US$ 88 bilhões em 2017) e Holanda (US$ 59 bilhões, US$ 28 bilhões em 2017).

Os fluxos recebidos pelos países da OCDE diminuíram 23% em conjunto e representaram US$ 625 bilhões, 48% do total mundial, porcentagem inferior ao 53% de 2017 e ao 64% de 2016, mas comparável ao 47% registrado como média entre 2012 e 2014.

Essa diminuição se deveu, em boa medida, à saída de capitais da Irlanda (US$ 66 bilhões) e da Suíça (US$ 87 bilhões), que os autores do relatório atribuem provavelmente à repatriação de capitais de filiais de empresas americanas instaladas nesses países.

Por outro lado, os grandes receptores de investimentos em 2018 foram os Estados Unidos, com US$ 270 bilhões (frente aos US$ 292 bilhões de 2017), a China, com US$ 203 bilhões (US$ 166 bilhões em 2017), o Reino Unido, com US$ 64 bilhões (US$ 101 bilhões em 2017) e o Brasil, com US$ 61 bilhões (US$ 68 bilhões em 2017). EFE