United Airlines exerce seu direito e muda comando da Avianca Holdings
(Atualiza com posição da Avianca Holdings).
Bogotá, 24 mai (EFE).- A companhia aérea americana United Airlines anunciou nesta sexta-feira que tomou medidas para exercer seus direitos sobre a colombiana Avianca Holdings, o que implica uma mudança na direção da empresa.
"Hoje tomamos medidas para fortalecer nossa aliança com a Avianca e dar à administração e aos colaboradores da companhia a melhor oportunidade de sucesso", escreveu a United em comunicado.
A decisão significa que a United exercerá maior controle sobre a Avianca com base no empréstimo de US$ 456 milhões que a companhia americana fez em novembro a uma empresa do Grupo Synergy, que é o acionista majoritário da Avianca Holdings e deu como garantia suas ações na companhia aérea colombiana.
A participação do Grupo Synergy na Avianca Holdings equivale a 78,1% das ações com direito a voto e a 51,53% do total.
O Grupo Synergy é controlado pelo empresário Germán Efromovich, presidente da Avianca Holdings, da qual, no entanto, não faz parte a companhia aérea Avianca Brasil, que teve "todas as operações" suspensas nesta sexta-feira após entrar em processo de recuperação judicial, cancelar mais de mil voos e colocar seus ativos à venda.
"A Avianca Brasil é uma empresa independente e esta ação não está relacionada com sua quebra", esclareceu a United.
Com a decisão anunciada hoje, a companhia americana enfraquece a posição de Efromovich na empresa e fortalece a de seu rival Roberto Kriete, o empresário que preside a Kingsland Holdings, segunda maior acionista da Avianca Holdings.
"A Kingsland Holdings Limited tomou a decisão de renovar a direção da companhia, que será presidida por Roberto Kriete", empresário do Grupo Taca, afirmou a Avianca em comunicado.
Os outros membros da nova direção são especialistas no setor aeronáutico, como Richard Schifter, Sergio Michelsen, Oscar Darío Morales, James Leshaw, Jairo Burgos, Rodrigo Salcedo, Roberto Zamora, Juan Emilio Posada, Fabio Villegas e Álvaro Jaramillo, os três últimos ex-presidentes da Avianca.
"Conforme informou a Kingsland, sua tarefa será continuar trabalhando para conseguir uma governança boa e transparente na Avianca Holdings, que assegure a estabilidade e sustentabilidade financeira da companhia no longo prazo", acrescentou.
A Avianca Holdings é integrada pelas companhias aéreas Avianca e Tampa Cargo (Colômbia), Aerogal (Equador) e as companhias do Grupo Taca International Airlines com bases na América Central e no Peru.
"A United e a Kingsland informaram que estariam dispostas a oferecer um novo financiamento a Avianca, se solicitar, de até US$ 250 milhões, sempre que certos compromissos sejam assumidos por parte de outras partes interessadas", acrescentou a companhia aérea americana.
O empréstimo de US$ 456 milhões da BRW Aviation está fora de uma aliança comercial que há seis meses United, Avianca e a panamenha Copa Airlines, todas integrantes da Star Alliance, assinaram.
"Queremos ressaltar que a Avianca Holdings continuará sendo uma empresa independente e continuará operando sua própria companhia aérea. Os acordos trabalhistas da United não permitem que a organização controle outra companhia aérea. Portanto, não temos nem teremos controle sobre a Avianca", acrescentou.
A Avianca Holdings ressaltou "que a United Airlines não tomou o controle" da companhia, "da sua operação, do seu serviço, nem das decisões empresariais".
"O que aconteceu foi uma mudança na governança corporativa do holding, mais não na composição societária", acrescentou.
As dificuldades de Avianca Holdings se tornaram evidentes com um "plano de transformação" iniciado nos últimos meses pela companhia. Como parte desse plano, ela cancelou uma ordem de compra de 17 aviões A320Neo, da Airbus, e adiou a incorporação de outros 35 do mesmo modelo na frota para melhorar o fluxo de caixa para os próximos três anos.
Uma semana depois, a Avianca retirou várias rotas internacionais. Em 24 de abril, o presidente da Avianca Holdings, Hernán Rincón, renunciou ao cargo que ocupava há três anos e a companhia nomeou de forma interina o vice-presidente legal, Renato Covelo.
Em 13 de maio, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota da Avianca Holdings de "B" para "CCC+" e a perspectiva passou de "estável" para "negativa". EFE
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