México afirma que não ficará de "braços cruzados" diante de tarifas dos EUA
Cidade do México, 30 mai (EFE).- O México não ficará de "braços cruzados" diante da imposição de tarifas de 5% sobre seus produtos que foi anunciada nesta quinta-feira pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como pressão para conter a imigração irregular, segundo declarou o vice-chanceler mexicano Jesús Seade.
Em declarações a jornalistas, o subsecretário de Relações Exteriores para a América do Norte disse que "essa ameaça levada à ação seria gravíssima" e que, se for assim, "o México estará em apuros".
"O correto seria responder olho por olho, 5% sobre as importações", considerou, embora tenha acrescentando que fazer isso seria "recorrer à lei da selva".
Trump anunciou nesta quinta-feira que vai impor tarifas de 5% sobre todos os produtos procedentes do México como represália pela crise migratória na fronteira e ameaçou elevá-las até 25% se esse fluxo não for interrompido.
"As tarifas aumentarão gradualmente até que o problema da imigração ilegal seja remediado, momento no qual elas serão eliminadas", escreveu Trump no Twitter.
A esse respeito, Seade lembrou que Trump "é muito ativo no Twitter e escreve muitas mensagens; algumas passam à ação e nós queremos saber do que está falando nessa mensagem".
Nesse sentido, considerou a mensagem como "algo um pouco extremo, fora de toda a nossa experiência", razão pela qual disse será preciso ver qual é a estratégia que o governo mexicano adotará.
Sobre a possibilidade de aplicar tarifas recíprocas, o funcionário disse que essa seria "uma reação intuitiva".
"Adotar uma represália similar é o normal, mas algo tão massivo me espanta porque falamos de uma guerra comercial e o que queremos é diálogo intenso e esperemos que uma medida assim não seja aplicada", ressaltou.
Seade lembrou também que a mensagem de Trump foi acompanhada por um comunicado da Casa Branca, e "isto já não é um tweet".
Em tal declaração da Casa Branca, Trump definiu um calendário para o aumento gradual dos encargos se não houver redução do fluxo de migrantes irregulares vindos do México.
"Se a crise persistir, as tarifas subirão para 10% em 1º de julho de 2019. De maneira similar, se o México ainda não tiver tomado ações para reduzir drasticamente ou eliminar o número de estrangeiros ilegais cruzando seu território para os EUA, as tarifas aumentarão para 15% em 1º de agosto de 2019, para 20% em 1º de setembro e para 25% em 1º de outubro de 2019", detalhou.
Além disso, ressaltou que os encargos permanecerão em 25% "a menos e até que o México detenha substancialmente o fluxo ilegal de estrangeiros que chegam através do seu território".
Por outro lado, Trump destacou que, se a crise de imigração ilegal for "aliviada" através de medidas efetivas por parte do México, as tarifas serão eliminadas. EFE
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