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Brasil sobe em ranking e tem perspectiva de crescer mais em energia eólica

07/07/2019 06h02

Alba Santandreu.

Natal, 7 jul (EFE).- A energia eólica entrou com força no Brasil nos últimos anos e o país chegou até a oitava colocação do ranking mundial de capacidade instalada, que cresceu 15 vezes na última década.

O país passou de 1 GW de capacidade instalada em 2010 para 15,1 GW neste ano, distribuídas em 600 parques eólicos em 12 estados, segundo os últimos dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).

A energia eólica ganhou espaço e atualmente representa 9,2% da matriz energética nacional, atrás apenas das usinas hidrelétricas, que têm 60,3%.

Apesar do sólido avanço, esta fonte de energia renovável ainda tem bastante espaço para crescer no país, segundo os especialistas, e espera-se que em 2023 haja cerca de 19,4 GW de capacidade eólica instalada, levando em conta os leilões já realizados e os contratos assinados no mercado.

"Temos uma perspectiva de crescimento muito grande. Vemos que a eólica e a solar são as fontes que mais vão crescer no Brasil nos próximos 30 anos", explicou à Agência Efe, a presidente da ABEEólica, a economista Elbia Silva Gannoum.

Apesar das conquistas nos últimos anos, graças à melhoria da tecnologia, da competitividade e das boas perspectivas em relação ao futuro, Elbia ressaltou que a situação de fragilidade da economia brasileira representou um freio para o setor ao reduzir a contratação de energia nos leilões.

O Brasil entrou em uma profunda recessão entre 2015 e 2016, quando o Produto Interno Bruto (PIB) perdeu cerca de sete pontos percentuais e, entre 2017 e 2018, a economia cresceu apenas 2%.

As previsões para este ano continuam fracas e, segundo as projeções do mercado financeiro, o PIB brasileiro registrará um crescimento tímido de 0,8% em 2019.

"A economia está dificultando, quando houver crescimento econômico veremos um crescimento maior do setor. Mesmo assim, temos um mercado crescendo bastante na média e com uma perspectiva futura muito boa", acrescentou a presidente de ABEEólica.

A região nordeste concentra a maior parte dos parques eólicos do Brasil, cujo território apresenta condições meteorológicas favoráveis, com ventos regulares e intensos, e onde proliferaram as turbinas de geração de energia eólica.

No município de Rio do Fogo, no Rio Grande do Norte, está a primeira instalação da Iberdrola no desenvolvimento de energias renováveis nesse país, inaugurada em 2006, e que representa o ponto de partida de um empreendimento que tem se expandido com força na última década.

A empresa espanhola Iberdrola, que está presente no país através da filial Neoenergia, conta com 17 parques eólicos em funcionamento, distribuídos nos estados de Rio Grande do Norte, Paraíba e Bahia (nordeste), com potência instalada de 516 megawatts (MW), e tem outros 15 em construção.

Com a conclusão da implantação de todos os projetos, a carteira de ativos em operação de Iberdrola em energia eólica totalizará em torno de 1 GW em 2022.

O crescimento dos projetos eólicos de Iberdrola no Brasil acompanhou o do próprio setor no país, onde já existe uma rede produtiva nacional, com seis fabricantes de turbinas em solo brasileiro.

"Essas fontes sofreram mudanças tecnológicas que fazem com que sua produtividade aumente e podem competir com a fonte mais barata que é a hidrelétrica, cujos recursos estão se esgotando", detalhou Elbia. EFE