Fragilidade global pode afetar ainda mais economias da A. Latina, diz FMI
Alfonso Fernández.
Washington, 29 jul (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou nesta segunda-feira que a fragilidade da economia mundial pode provocar cortes ainda maiores que os feitos pela instituição na semana passada nas previsões de crescimento da América Latina, em especial no Brasil, no México e na Argentina.
As advertências foram feitas pelo diretor do FMI para o Hemisfério Ocidental, Alejandro Werner, em entrevista coletiva concedida para explicar os motivos que levaram a instituição a rebaixar as projeções econômicas para a América Latina e o Caribe na semana passada.
"O impulso fraco reflete surpresas negativas na primeira metade de 2019: a elevada incerteza política em algumas das grandes economias (da região), o aumento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, e algo de um menor crescimento global", disse Werner.
"A probabilidade de uma recessão (na região) não é alta, mas sim de um rebaixamento das previsões em outubro", explicou o representante do FMI.
Para 2019, o FMI espera um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da região de 0,6%, o mais baixo desde 2016, ante uma alta de 1,4% prevista há três meses. Já para 2020, por enquanto, as perspectivas são bem mais otimistas: avanço de 2,3%.
Sobre o Brasil, Werner destaca que há alguma preocupação sobre a demora da aprovação da reforma da previdência e incertezas quanto ao escopo do projeto que está sendo discutido no Congresso.
No México, as dúvidas estão sobre mudanças que podem ocorrer nas políticas energéticas e educacionais aprovadas nos últimos governos. Há também preocupação com a saúde financeira da Pemex, a estatal petrolífera do país.
Já na Argentina, que vive situação pior que Brasil e México, a incerteza é considerada como "moderada" porque a inflação começou a cair e a atividade econômica voltou a cresce.
Entre os aspectos positivos na América Latina, o FMI destacou a solidez de várias outras economias da região, como as de Peru, Chile e Colômbia, que devem crescer mais de 3% neste ano e no próximo.
Parte da coletiva foi dedicada à situação da crise da Venezuela, considerada por Werner de "magnitude histórica", apesar de uma recente queda na inflação registrada mensalmente.
O FMI projeta que a economia venezuelana terá uma retração de 35% neste ano. Já a inflação deve ficar em 1.000.000% ao ano, uma previsão mais otimista do que os 10.000.000% projetados inicialmente, graças a ações recentes do Banco Central do país.
"Não vimos na região uma contração deste tipo na história recente", destacou Werner.
Sobre os efeitos econômicos para a região do contínuo fluxo de venezuelanos que foge para outros países da região, Wernet afirmou que, até o momento, eles foram "ligeiramente positivos".
"Por enquanto, vimos casos que a absorção laboral ou de apoio aos imigrantes é um suporte à demanda agregada, o que representa um impulso positivo", disse o representante do FMI, citando como exemplos as situações de Colômbia e Chile. EFE
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