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Presidente do Parlasul diz que ameaça ao acordo UE-Mercosul é "artimanha"

27/08/2019 16h17

Montevidéu, 27 ago (EFE).- O presidente do Parlamento do Mercosul (Parlasul), o uruguaio Daniel Caggiani, declarou nesta terça-feira que a vontade de alguns países europeus de não assinar o acordo do bloco com a União Europeia (UE) devido à situação da Amazônia é uma "artimanha" para impedir a aprovação do tratado.

Caggiani afirmou à Agência Efe que os países europeus, especificamente os de base agrícola, utilizam esse tipo de problemática para "bloquear o avanço" de um acordo comercial que considera "muito importante", já que representa "25% do Produto Interno Bruto (PIB) do mundo".

O governo de Luxemburgo anunciou no domingo passado que não apoiará o acordo UE-Mercosul se o Brasil não começar a cumprir desde agora as obrigações climáticas impostas pelo tratado.

Dois dias antes, o presidente da França, Emmanuel Macron, denunciou que Jair Bolsonaro "mentiu" em relação aos compromissos ambientais, motivo pelo qual se opõe à assinatura do tratado de livre-comércio.

Na mesma linha, o primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, advertiu que o seu governo será oposição ao acordo se o Brasil não proteger as florestas tropicais da Amazônia.

O presidente do Parlasul considera que a América Latina tem que ter "mais e melhor institucionalidade" para "controlar e prever" situações como o incêndio na Amazônia, mas sem que isto afete os acordos comerciais.

"Acho que a discussão sobre os acordos comerciais correm por outro caminho e acredito que é preciso ter uma perspectiva diferente", ressaltou.

Por outro lado, Caggiani disse que em uma sessão do Parlasul realizada na segunda-feira foi debatida a situação da Amazônia, já que é um tema pelo qual o Parlamento do bloco se interessa particularmente.

"A Amazônia é o pulmão do mundo, é uma das zonas de maior biodiversidade do continente e do mundo", especificou.

O político uruguaio explicou que "latino-americanos e mercosurianos" têm especial interesse em poder contar com "um sistema de respostas" para esse tipo de crise e um comitê que possa "prever estas situações e trabalhar de maneira intergovernamental nestes aspectos". EFE