Moody's afirma que ataques a refinarias não devem impactar perfil da Aramco
Cairo, 16 set (EFE).- A agência de classificação de risco Moody's afirmou nesta segunda-feira que os ataques de sábado contra duas refinarias da petroleira saudita Aramco, que provocaram um corte de quase 50% na produção da empresa, não deverão ter um impacto durável no perfil financeiro da maior companhia do mundo no setor, que prevê abrir o capital nos próximos meses.
"Embora os ataques com drones contra duas instalações de petróleo sauditas sejam um crédito negativo e a interrupção na produção seja significativa, não esperamos que isto cause um impacto durável no perfil financeiro da Aramco", analisou o vice-presidente da Moody's, Rehan Akbar.
Segundo um comunicado da agência, a manutenção do perfil será possível graças à robusta folha de balanço e aos fortes colchões de liquidez (ou reservas de emergência) da empresa, que a Moody's considera ser a de maiores lucros do mundo.
Do ponto de vista creditício, o diretor-gerente do grupo, Steve Wood, vê o ataque como um reflexo do grande papel dos riscos geopolíticos nos preços do petróleo, que hoje registraram a maior alta em décadas.
Wood comentou que a alta dos preços será positiva a curto prazo para os produtores e prejudicará as refinarias, embora os efeitos a longo prazo nas empresas de energia dependam do quanto a Aramco demorará para restabelecer a produção.
O ataque do sábado, reivindicado pelos rebeldes houthis do Iêmen, mas pelo qual os Estados Unidos acusam o Irã, disparou o preço do barril Brent, de referência na Europa, em 10,5% na abertura do mercado de futuros de Londres nesta segunda-feira.
Enquanto alguns países cogitam a possibilidade de aumentar a produção para resistir à suspensão da estatal saudita, a Rússia descartou hoje que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e os demais produtores de petróleo (conhecidos juntos como Opep+) estabelecerão medidas de emergência diante da situação. EFE
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