Thomas Cook encerra operações após fracasso das negociações de emergência
Londres, 23 set (EFE).- A agência de viagens Thomas Cook, com 178 anos de história, encerrou as operações após o fracasso das negociações de emergência com o principal acionista e credores para tentar conseguir um resgate, confirmou nesta segunda-feira a Autoridade de Aviação Civil (CAA, sigla em inglês) do Reino Unido.
A companhia, que emprega 22 mil pessoas - nove mil apenas no Reino Unido - "cessou as suas operações com efeito imediato", segundo informou o órgão regulador em comunicado, e tem atualmente 150 mil turistas britânicos de férias no exterior.
A empresa não pôde assegurar o valor de 200 milhões de libras esterlinas necessário como fundo extra para poder garantir sua sobrevivência após um dia cheio de reuniões cruciais em Londres.
"Todas as reservas do Grupo Thomas Cook, que incluem os voos e as férias, foram canceladas", declarou a CAA em comunicado.
O governo britânico solicitou o início de um programa de repatriação durante as próximas duas semanas, que começará nesta segunda-feira e irá até 6 de outubro para trazer os turistas de volta ao Reino Unido.
"Devido ao número sem precedentes de clientes britânicos que atualmente estão de férias e que foram afetados pela situação, a CAA garantiu uma frota de aviões de todo o mundo para trazer os passageiros de volta ao Reino Unido", afirmou a nota.
Alguns dos passageiros que estão em um "pequeno número de destinos" podem ter de pegar voos comerciais alternativos aos do programa implementado pela Autoridade de Aviação Civil.
Devido à significativa "magnitude da situação", as autoridades alertam que será "inevitável" a ocorrência de algumas "alterações", motivo pelo qual os clientes britânicos no exterior foram aconselhados a não irem para os aeroportos até que os voos de volta ao Reino Unido sejam confirmados.
"Os clientes da Thomas Cook no Reino Unido que precisam viajar não deveriam ir ao aeroporto, pois todos os voos para o Reino Unido foram cancelados", alertou a CAA.
O ministro do Transporte britânico, Grant Shapps, anunciou que o governo e a CAA disponibilizarão "dúzias" de voos fretados para a transferência gratuita dos clientes afetados.
Shapps, que disse considerar o colapso do operador uma "notícia muito triste para os empregados e os turistas", afirmou que o governo também cobrirá os custos de alojamento dos clientes que desfrutavam de pacotes de férias.
"Mas a tarefa é enorme, trata-se da maior operação de repatriação da história britânica (desde a II Guerra Mundial)", comentou Shapps, que alertou para a possibilidade de "problemas e atrasos".
O grupo Thomas Cook, que opera em 16 países, conta com 105 aviões e possui 200 hotéis e complexos hoteleiros com a sua marca. A empresa tinha previsto firmar nesta semana um pacote de resgate com o conglomerado chinês Fosun estimado em 900 milhões de libras.
No entanto, o acordo foi atrasado por causa da exigência dos bancos - como Royal Bank of Scotland e Lloyds - de contarem com novas reservas para o inverno, o que a empresa não conseguiu. EFE
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