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Vila Galé desiste de construir hotel em área reivindicada por indígenas na BA

18/11/2019 16h40

Lisboa, 18 nov (EFE).- O Vila Galé, um dos maiores grupos hoteleiros de Portugal, anunciou nesta segunda-feira que desistiu de construir um resort na chamada Costa do Cacau, no município de Una, no sul da Bahia, em uma área reivindicada pelo povo indígena Tupinambá de Olivença.

"Não é de nosso interesse que um Hotel Resort Vila Galé nasça com a iminência de um clima de 'guerra', ainda que injusta e sem fundamento, como são exemplo as ameaças proferidas na Embaixada de Portugal em Brasília e algumas declarações falsas, dramáticas e catastróficas que deveriam envergonhar quem as profere", disse o grupo em comunicado.

Nas últimas semanas, representantes da comunidade indígena estiveram em Brasília para denunciar a situação e se reuniram com parlamentares, integrantes do Ministério Público Federal (MPF) e outras autoridades.

"No local e num raio de muitos quilômetros, não havia, nem há qualquer tipo de ocupação/utilização, nem sinais de qualquer atividade extrativista por parte de quem quer que seja" e "não existe qualquer reserva indígena decretada para esta área, nem previsão de a vir a ser", alega o grupo português no texto.

O Vila Galé argumentou que foi convidado pelo governo da Bahia e pela prefeitura local para "realizar um investimento num mega Resort para ajudar no desenvolvimento da região de Una, tendo sido estabelecida uma parceria com a empresa proprietária dos terrenos em abril de 2017".

O grupo também disse que fez o anúncio de que iria avançar com o projeto em julho de 2018, após a elaboração de estudos. A previsão para a inauguração do complexo era para 2021.

"Ao longo de todo esse tempo não surgiu qualquer reclamação ou reivindicação, apesar de ser pública e notória em toda a região a notícia do projeto", afirma o comunicado do Vila Galé.

O complexo criaria mais de 500 empregos diretos e cerca de 1.500 indiretos, segundo o Vila Galé, que no comunicado manifestou o interesse de investir na Bahia "no mais curto prazo". EFE