Rússia não pretende fechar passagem de gás pela Ucrania, afirma Putin
Moscou, 6 dez (EFE).- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta sexta-feira que não pretende fechar a passagem de gás para a Europa através da Ucrânia quando começar a operar - em 2020 - o gasoduto Nord Stream 2, que levará combustível russo diretamente para a Alemanha através do fundo do mar Báltico.
"O gasoduto Nord Stream 2 está prestes a ser concluído. A entrada em funcionamento irá duplicar o potencial da Rússia para o fornecimento de gás através da rota do Báltico. Ajudará a atender a demanda da Alemanha e de outros países", afirmou em reunião com diretores de empresas alemãs em Sochi.
Segundo Putin, trata-se de um projeto "puramente comercial" diante da clara oposição da Ucrânia e de outros países do Leste Europeu, assim como dos Estados Unidos.
O governante russo também enfatizou, "para evitar qualquer interpretação" no sentido oposto, que "isso não significa que a Rússia pretende fechar a passagem através do território ucraniano".
As empresas de gás Gazprom (russa) e Naftogaz (ucraniana) negociam em Viena a prorrogação do contrato de fornecimento e transporte de combustível da Rússia para a Europa através da Ucrânia, que expira no final do ano. A Rússia quer prorrogar o acordo por um ano, mas a Ucrânia prefere um contrato de dez anos.
Kiev argumenta que Moscou só quer um acordo de curto prazo porque, a partir do próximo ano, irá inaugurar o Nord Stream 2 e, em teoria, não precisará mais transportar gás através da Ucrânia para a Europa.
As negociações são difíceis porque a Gazprom exige que a Naftogaz retire todas as queixas nos tribunais internacionais, algo que Kiev considera inaceitável, enquanto a ucraniana exige tarifas para o transporte de gás russo igualmente inaceitáveis para a Rússia, disse Putin no último dia 4.
O diretor executivo da Naftogaz, Yuri Vitrenko, disse em novembro que a Ucrânia armazenará o gás russo que transita pelo seu território em armazéns subterrâneos caso não seja assinado um novo contrato adequado a partir de 1º de janeiro de 2020.
Putin declarou nesta sexta-feira que ambas as empresas mostraram posições iniciais de negociação que são "bastante difíceis de serem implementadas", mas expressou o desejo de que as partes cheguem a um acordo mutuamente aceitável.
O governante russo ressaltou também que as negociações não têm a ver com as disputas entre os dois países - devido ao conflito armado no leste da Ucrânia e a anexação da península da Crimeia, em 2014 -, mas que buscam um acordo que seja "economicamente viável". EFE
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