Rússia organiza ciberataques contra Canadá, segundo serviços secretos
Toronto (Canadá), 10 dez (EFE).- Os serviços secretos do Canadá identificaram a Rússia como um dos países que estão montando campanhas cibernéticas para influenciar a política interna do país da América do Norte, atacando integrantes proeminentes do governo.
O relatório secreto do Canadian Centre for Communication Security (CSE), um dos ramos dos serviços secretos do país, cita especificamente os ataques à ex-ministra de Relações Exteriores e atual vice-primeira-ministra, Chrystia Freeland, e ao ministro da Defesa, Harjit Sajjan.
Segundo o CSE, Freeland e Sajjan foram alvos de ataques cibernéticos para prejudicar sua reputação por suas políticas na Europa Oriental que são contrárias aos interesses da Rússia. As informações são da rede de televisão canadense "Global News", que teve acesso ao documento.
Freeland entrou na mira dos ataques da Rússia por causa de sua campanha para que o Canadá aprovasse uma lei contra os interesses econômicos dos oligarcas russos envolvidos em atividades ilegais, legislação semelhante à lei Magnitsky que existe nos Estados Unidos desde 2012.
Os ataques à atual vice-primeira-ministra, que é de origem ucraniana, começaram em fevereiro de 2017 com campanhas eletrônicas para ligar a família dela a colaboradores nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
Em particular, os meios de comunicação de língua inglesa ligados à Rússia e veículos russos revelaram que um dos avós de Freeland editou um jornal antissemita durante a ocupação nazista na Polônia.
O CSE disse em um relatório intitulado "Ameaças e Riscos à Democracia" que a campanha liderada pela Rússia pressionou a narrativa de que a família da política emigrou para o Canadá como parte de uma onda de colaboradores nazistas.
"No segundo trimestre de 2017 e no mesmo período de 2018, fontes ligadas à Rússia tornaram popular a história da família Freeland, mais suscetível de causar danos à reputação e, assim, desacreditar o apoio diplomático e militar do Canadá à Ucrânia", declarou o centro.
No caso de Sajjan, de origem sikh, o destacamento de tropas da Nato para a Letônia por iniciativa do governo canadense foi suficiente para o transformar em alvo de ciberataques racistas nos meios de comunicação social de língua russa.
De acordo com a SSC, o Canadá está sendo atacado não apenas pela Rússia, mas por um pequeno número de outras nações através de campanhas de influência cibernética, bem como através do uso de "mídia estatal ou influenciada por estados". EFE
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