Ghosn assume responsabilidade por fuga do Japão
Paris, 2 jan (EFE).- O ex-presidente da aliança Renault-Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, disse nesta quinta-feira ter sido o responsável pela sua saída do Japão, onde permaneceu em prisão domiciliar aguardando o julgamento por irregularidades financeiras, para se refugiar no Líbano.
Em uma breve declaração divulgada por seus advogados, o empresário eximiu os membros de sua família, especialmente sua esposa, Carole, de qualquer responsabilidade.
"As alegações na mídia de que minha esposa Carole e outros membros da minha família tiveram um papel importante na minha saída do Japão são falsas e mentirosas. Somente eu organizei minha partida. Minha família não desempenhou nenhum papel", disse Ghosn em seu comunicado.
O mistério ainda envolve a fuga do ex-executivo, contra quem a Interpol emitiu um mandado de prisão internacional hoje, de acordo com o ministro da Justiça libanês em exercício, Albert Sarhan.
O "alerta vermelho" da Interpol pede às autoridades que prendam preventivamente o fugitivo da Justiça japonesa, enquanto aguarda extradição, rendição ou outra ação judicial semelhante.
Ghosn, de 65 anos, está livre sob fiança em Tóquio, desde abril do ano passado, aguardando julgamento que poderia representar uma longa sentença de prisão para ele.
A emissora pública japonesa "NHK" informou hoje que Ghosn tinha dois passaportes franceses e um deles poderia usá-lo para entrar legalmente no Líbano.
O ex-executivo chegou a Beirute na última segunda-feira em um avião particular, depois de fazer uma escala na Turquia, onde uma investigação foi aberta e sete pessoas foram presas hoje por supostamente facilitar sua fuga.
Por sua parte, a Segurança-Geral libanesa disse na terça-feira que o acusado entrou "legalmente" no país árabe, do qual ele tem nacionalidade, além do brasileiro e francês. EFE
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