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Roberto Azevêdo garante não conhecer ideias de Trump para reformar a OMC

24/01/2020 16h52

Davos (Suíça), 24 jan (EFE).- O brasileiro Roberto Azevêdo, diretor-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), afirmou nesta sexta-feira que desconhece as ideias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a reforma do órgão.

"Não há dúvidas que os Estados Unidos e o presidente Trump estão articulando de maneira clara por querer mudanças na OMC", afirmou Azevêdo, que concedeu entrevista coletiva após reunião com 35 ministros de Comércio que participaram do Fórum Econômico Mundial, que se encerra hoje em Davos, na Suíça.

O chefe de governo americano afirmou durante a participação no encontro que o país que lidera participa das discussões para reformar a OMC, entre outros motivos, por considerar que a organização trata os EUA de maneira injusta, em participar, quando se trata da resolução dos conflitos comerciais com outras nações.

Trump apontou desejar que as alterações resultassem em uma "estrutura completamente nova", como condição para chegar a um acordo que permita, entre outras coisas, que o Órgão de Apelação da OMC volte a funcionar.

Os Estados Unidos bloqueiam faz três meses a designação de novos membros do Órgão de Apelação (que deveriam ser sete), que deixou de operar em dezembro de 2019, pelo fim do mandato de três integrantes.

Assim, enquanto a situação não se resolve, a Organização Mundial de Comércio não poderá emitir decisões na instância de apelação, relativas a litígios comerciais entre países.

Apesar da forma com que Trump falou da OMC em Davos, Azevêdo deixou claro que não conhece "a profundidade, nem a amplitude" da reforma que os Estados Unidos propõem, mas confirmou que o presidente do país o convidou para discutir a possível reforma.

Azevêdo afirmou que durante a reunião de ministros de hoje, todos concordaram com a necessidade de resolver o impasse e que se dispuseram a atuar com "flexibilidade e determinação" para isso.

Em um comunicado divulgado pelos titulares de pasta de Comércio que estiveram em Davos, o grupo afirma que considera o "sistema de resolução de disputas como um elemento central para dar segurança e previsibilidade ao sistema multilateral de comércio". EFE

is/bg