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Covid-19 causará perdas de 5 bilhões de euros no turismo da Itália

Garçom contempla falta de movimento em restaurante na Praça de São Marcos, em Veneza, frente ao número de contágios de covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, na Itália - Manuel Silvestri/Reuters
Garçom contempla falta de movimento em restaurante na Praça de São Marcos, em Veneza, frente ao número de contágios de covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, na Itália Imagem: Manuel Silvestri/Reuters

09/03/2020 20h55

Roma, 9 mar (EFE) — A associação empresarial Confesercenti informou nesta segunda-feira que a epidemia de covid-19, o novo coronavírus, que afeta principalmente o norte da Itália, causará perdas de 5 bilhões de euros no consumo turístico do país no primeiro semestre deste ano.

A Confesercenti, que representa empresas italianas do comércio, turismo, artesanato e da pequena indústria, calcula que essa perda ocorrerá se a situação for controlada a curto prazo. Se não for, o prejuízo será muito maior. Só em março e abril, o consumo turístico deverá ser afetado em 4 bilhões de euros, diz o comunicado.

A organização está preocupada e argumenta que, "se não houver mudança", a economia italiana sofrerá uma contração de 0,3% e, em termos absolutos, o produto interno bruto (PIB) terá uma perda de 8 bilhões de euros.

O medo da propagação do vírus e as medidas preventivas que estão sendo tomadas pelo governo, como o isolamento por decreto de 16 milhões de pessoas na região da Lombardia e em 14 províncias italianas, resultarão em uma redução de 3 bilhões de euros em investimentos.

Museus, cinemas, teatros, escolas e universidades foram fechados, e a produção foi temporariamente interrompida em algumas fábricas nesta área isolada no norte do país, onde 350 mil empresas se dedicam a hotelaria, restauração e comércio.

"Se a crise continuar durante todo o ano, entre 8,8% e 13,4% dessas empresas correm o risco de fechar", adverte a associação italiana, ao mesmo tempo em que aponta que uma propagação nacional do vírus, não controlada em poucos meses, ameaça a continuidade de "30 mil empresas e mais de 120 mil empregos" na Itália.

O setor hoteleiro é um dos mais prejudicados por esta situação, e 40% das reservas para fevereiro e abril foram canceladas em Roma, 80% em Veneza, 53% em Florença e 77% em Milão, diz a nota.

Mas não é o único a sofrer. O transporte aéreo também é afetado pelos cancelamentos, e a companhia aérea de baixo custo irlandesa Ryanair informou nesta segunda-feira que fará mais cortes no cronograma de voos, para e dentro da Itália. A Alitalia reduziu drasticamente os voos de e para o aeroporto de Milão-Malpensa.

Outro setor afetado pelo coronavírus é o da moda, e empresas como Armani, Versace, Gucci e Prada já cancelaram vários shows programados em diferentes partes do mundo entre março e junho.

O governo italiano isolou 16 milhões de pessoas no norte do país, mas não impediu a circulação de mercadorias, iniciativa comemorada pela patronal italiana, que considera ser vital para a economia da Lombardia, Veneto e Emilia Romagna, que juntas representam 40% do PIB da Itália.

"Uma diminuição temporária das atividades em alguns setores é preferível a uma crise prolongada que correria o risco de se estender a todos os setores da economia através dos efeitos da oferta e da demanda", justificou o Ministério da Economia em nota nesta segunda-feira.

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