Argentina amplia quarentena total até fim da Semana Santa
"Tenho certeza de que isso faz muito sentido, e se continuarmos a cumpri-lo, os resultados serão muito favoráveis", disse Fernández a jornalistas na residência presidencial de Olivos, em Buenos Aires, após reuniões com especialistas da área médica e governadores provinciais para avaliar a situação da pandemia do novo coronavírus.
De acordo com os dados divulgados hoje pelo Ministério da Saúde, o número total de pessoas infectadas pelo vírus na Argentina é de 820, das quais 20 morreram.
"CASO ÚNICO".
Fernández disse na entrevista que a Argentina é "um caso único no mundo" e ganhou a confiança da comunidade científica devido à rapidez com que a quarentena total foi colocada em prática para conter o avanço da pandemia, apresentando "resultados iniciais interessantes e bons".
"Se você olhar para a curva de crescimento (de pessoas infectadas) em nossa quarentena e compará-la com aqueles países que a colocaram em atraso, verá o quanto nós ganhamos", comentou.
O presidente argentino reiterou que o objetivo de confinar a população - o que não se aplica aos trabalhadores dos serviços essenciais e a cidadãos que precisem comprar alimentos ou medicamentos - é tornar o crescimento das infecções "mais lento" e dar tempo aos hospitais para se prepararem para "quando chegar o pior momento" da pandemia, ou mesmo para esperar se uma vacina ou medicamento contra o vírus surja.
"Vamos prolongá-la até o dia em que a Páscoa acabar. É um longo caminho que temos de enfrentar. Esta é uma guerra contra um exército invisível que nos ataca em lugares onde às vezes não esperamos", disse.
"FALSO DILEMA".
Após dois anos em recessão, a economia argentina agora se vê ameaçada por possível efeitos da crise global da Covid-19.
"Peço a todos que entendam que estamos vivendo um momento de exceção e que não temos que cair no falso dilema 'é saúde ou economia", disse o presidente argentino.
Fernández também enfatizou que "uma economia que cai, sempre sobe", mas "uma vida que termina, não recuperamos".
Para o político, a economia não está sendo negligenciada no combate ao coronavírus. Ele listou várias medidas que seu governo tomou nos últimos dias, incluindo ajuda a pequenas e médias empresas, congelamento de aluguéis e suspensão de despejos.
Fernández afirmou que será "duro" com os empresários que demitem pessoas ou quebram os acordos de preços máximos de produtos essenciais.
"Não podemos, numa crise como essa, abandonar alguém e deixá-lo sem emprego. (...) Aqui é uma questão de ganhar menos, não de perder. (...) Está na hora de eles ganharem menos", frisou. EFE
rgm/id
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