Opep prevê aumento recorde da demanda por petróleo em 2021
"Em 2021, prevê-se que a procura de petróleo se recupere parcialmente do que aconteceu neste ano com um aumento histórico de 7 milhões de barris por dia", projeta a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) no relatório mensal divulgado nesta terça-feira, em Viena.
Este aumento não compensará o colapso do consumo em 2020, que a Opep avalia como uma queda de 8,95 milhões de barris por dia, uma leve melhora em relação aos 9,07 milhões previstos um mês atrás.
A Opep prevê que o consumo de petróleo também aumentará 25% em 2021 - até uma média de 29,8 milhões de barris por dia - 6 milhões a mais do que prevê para este ano. A organização calcula que o mundo consumirá, em média, 90,72 milhões de barris diários neste ano, e 97,7 em 2021.
INCERTEZA ECONÔMICA.
Estes números dependem da recuperação económica e podem não ser alcançados nos piores cenários, como uma segunda onda da pandemia de Covid-19 que volte a paralisar a economia.
"Isto supõe que a Covid-19 estará contida, especialmente nas grandes economias, que o consumo e o investimento das famílias privadas se recuperem, apoiados por medidas de estímulo", destaca o relatório.
A Opep projeta um crescimento econômico global de 4,7% para 2021, embora lembre que ainda existem muitas incertezas no horizonte. Para este ano, prevê uma contração de 3,7%.
ALTA DOS PREÇOS.
A Opep considera que o aumento dos preços do petróleo nas últimas semanas reflecte a melhora do mercado desde maio, quando implementou um corte recorde de 10% na produção mundial.
"Os preços do petróleo bruto continuaram a subir em junho pelo segundo mês consecutivo, dada a melhora contínua dos fundamentos do mercado e a redução gradual do excesso de oferta mundial", afirma o documento.
Desde maio, a aliança Opep+, composta pelos 13 parceiros do grupo e outros produtores externos, liderados pela Rússia, fechou as torneiras a 9,7 milhões de barris diários para lidar com a queda na procura devido à crise.
O grau de cumprimento, mais de 100% em junho, segundo o relatório, é um elemento central para mostrar aos mercados o empenho dos países produtores na medida.
Se o petróleo da Opep foi cotado a US$ 16,50 em 1º de maio, quando o corte entrou em vigor, ontem estava a US$ 43,38, um aumento de 162%.
Os aumentos têm sido impulsionados por uma queda nos excedentes de petróleo, por sinais de melhora dos fundamentos do mercado e pela expectativa de aumento do consumo no segundo semestre de 2020 e em 2021, diz a Opep.
Um comitê da Opep+, copresidido por Arábia Saudita e Rússia, realizará na quarta-feira uma teleconferência para avaliar as condições do mercado e decidir sobre uma política de cortes.
Luis Lidón.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.