Após prisão de magnata crítico à China, editora mantém disparada na bolsa
Às 11h local (0h de Brasília), os valores dos títulos da empresa eram cotados em 0,68 dólares de Hong Kong (US$ 0,47). Isso depois das ações se valorizarem 350% ao longo da segunda-feira.
Após a prisão de Lai e de uma operação de buscas na redação do "Apple Daily", jornal que se posiciona contra o regime da China, grupos pró-democracia pediram que a população apoiasse à editora, com a aquisição de participações.
Stanley Wong, ex-colunista financeiro do jornal, anunciou ter gasto 95 mil dólares de Hong Kong (R$ 66,1 mil) para comprar 1,2 milhão de ações da empresa, que as vendeu no final do dia e que reverteria o lucro em bolsas de estudo para universitários.
O presidente honorário da Federação de Tecnologia da Informação de Hong Kong, Francis Fong, comprou 50 mil ações da Next Digital e foi comtemplado com uma assinatura de dez anos do "Apple Daily".
"A liberdade de imprensa não tem preço. As organizações de mídia precisam de nosso apoio. Seu valor de mercado é uma indicação de se a empresa está saudável e de suas operações", disse Fong ao jornal "Lai's".
A alta do Next Digital criou um efeito multiplicador em outras empresas de comunicação.
A Most Kwai Chung, editora da revista satírica "Most100", ganhou 47%, enquanto a Media Chinese, que publica o jornal em mandarim "Ming Pao", subiu 9,8%.
O magnata das comunicações Jimmy Lai, crítico ferrenho da China, foi preso nesta segunda-feira junto com dois de seus filhos e vários executivos da Next Digital, sob a acusação de "conspirar com forças estrangeiras", detenção baseada na nova lei de segurança.
A redação do "Apple Daily" foi revistada por cerca de três horas por dezenas de policiais, mas a edição desta terça-feira saiu normalmente, com a foto da prisão do fundador na capa e a manchete: "Vamos lutar até o fim".
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