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Quanto custa se tornar presidente dos EUA?

12/11/2020 14h14

Alex Segura Lozano, Los Angeles, 11 nov (EFE).- Tornar-se presidente dos Estados Unidos é uma aventura muito cara, apenas ao alcance de candidatos capazes de seduzir pessoas com bolsos fundos e dispostas a doar centenas de milhares ou milhões de dólares para suas campanhas.

Gastos com funcionários, viagens aéreas, hotéis e custos de publicidade, entre outros, aumentaram de forma constante nos últimos cem anos, especialmente ao longo do século XXI.

Na campanha presidencial de 2020, o atual presidente Donald Trump e o candidato democrata Joe Biden, projetado como vencedor das eleições pela imprensa americana, levantaram juntos um total de US$ 1,6 bilhão, de acordo com a ONG Centro para Políticas Responsivas, que monitora financiamentos eleitorais nos EUA.

Esta análise leva em conta os gastos das próprias campanhas, não dos Comitês de Ação Política (PACs) ou de outros grupos de articulação.

LINCOLN GASTOU US$ 2,8 MILHÕES.

Durante sua campanha eleitoral, o ex-presidente Abraham Lincoln (1861-1865) teve que se dirigir a uma sociedade completamente dividida entre o Sul pró-escravidão e o Norte abolicionista.

Ele o fez gastando US$ 2,8 milhões, de acordo com uma de suas biografias.

Considerando a inflação, a quantidade de dinheiro necessária para vencer a eleição aumentou mais de 350 vezes desde Lincoln até a campanha de Biden, que gastou quase US$ 1 bilhão. A de Trump, por sua vez, desembolsou cerca de US$ 600 milhões.

GASTOS SOBEM NO SÉCULO XXI.

Apesar da pandemia, que tem limitado muito as aparições públicas, os gastos em ambas as campanhas deste ano ultrapassaram em muito os valores registrados em 2016.

Naquela batalha, a campanha da democrata Hillary Clinton gastou US$ 565 milhões, e a de Trump, US$ 322 milhões, ainda de acordo com dados do Centro para Políticas Responsivas.

Esta tendência tem aumentado de forma constante nos últimos anos.

Em 1992, as campanhas de George Bush Sr. (1989-1993), Bill Clinton (1994-2001) e Ross Perot gastaram, juntas, cerca de US$ 360 milhões, considerando a correção da inflação, segundo relatórios da Comissão Eleitoral Federal.

Para as campanhas de 2000, as mais apertadas da história moderna, nem a campanha de George W. Bush (2001-2009), nem a de Al Gore, que perdeu em uma recontagem controversa na Flórida, gastaram mais de US$ 200 milhões.

Entre essa eleição e a de 2012, os gastos de campanha dos candidatos aumentaram mais de quatro vezes: há oito anos, o preço para o ex-presidente Barack Obama (2009-2017) conseguir a reeleição foi de US$ 720 milhões. Já a campanha do republicano Mitt Romney custou cerca de US$ 450 milhões.

AQUELE QUE GASTA MAIS SEMPRE GANHA?

Geralmente, a quantidade de dinheiro gasta por cada candidato é um bom indicador de quem ganhará a eleição.

Nas últimas décadas, no entanto, o candidato que menos investiu às vezes ganhou. Em 2016, Trump venceu Hillary Clinton, e, 20 anos antes, Bill Clinton triunfou com um orçamento de US$ 200 milhões, US$ 28 milhões abaixo do que foi gasto pela campanha do republicano Bob Dole.