Equador tem comércio em dificuldades às vésperas do Natal
"Continue, continue, não se aglomere", dizia um agente municipal em um grupo de pessoas que circulava em torno de um vendedor ambulante em uma das ruas do centro histórico de Quito, capital do país, conforme flagrou a equipe de reportagem da Agência Efe.
Apesar dos enfeites natalinos e bonecos que ornam vitrines e prédios, a rua central de Ipiales, palco habitual de um vai e vem de pedestres, ficou longe dessa realidade há uma semana do início do feriado mais esperado do ano.
"As vendas não estão como nos anos anteriores, a pandemia faz com que muita gente decida não vir ao centro histórico, onde há muita aglomeração e os controles são escassos", justificou Gustavo Coello, na frente de sua loja de artigos Natal e de brinquedos
As inúmeras luzes, gorros de Papai Noel e tiaras de rena em exposição, contrastam com as poucas pessoas que entram no estabelecimento ou se interessam por este tipo de produtos.
Coello lembrou que, "no ano passado não dava para entrar na loja, havia muita gente e negócios nesta temporada que podiam atender às necessidades financeiras e dar algum lucro".
"As vendas estão no chão", explicou Coello, que nutre poucas esperanças de que o 13º salário pago à população ajude a repor as perdas.
Apoiado no balcão, o comerciante calcula as vendas em um terço a menos do que na comparação aos anos anteriores.
Lojistas de longa data têm concorrentes itinerantes, muitos deles migrantes venezuelanos.
Ao lado de um mercado popular na cidade colonial, declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco há quatro décadas, muitos ambulantes vendem comida e todo tipo de artigos, inclusive roupas e máscaras cirúrgicas por apenas US$ 1.
Em uma pequena praça da região, fica a sapataria onde trabalha Carina Pandi, que reconhece que agora só busca sobreviver com as poucas vendas que consegue fazer.
"Quem precisa, sai para trabalhar, perambular pelas ruas, para ver se consegue ganhar o pão de cada dia", desabafou a comerciante, antes de expressar a esperança de que as vendas cresçam na véspera do Natal.
A economia equatoriana, de acordo com estimativas, sofrerá uma queda de cerca de 9,5% do PIB em 2020.
Embora no plano macroeconômico grande parte da atividade produtiva tenha se recuperado desde outubro e a arrecadação de impostos tenha se regenerado em torno de 80 ou 90%, o setor privado, principalmente os pequenos negócios, sentem na pele a falta de liquidez das famílias equatorianas. EFE
rd/cd/bg
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