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Nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala é confirmada como 1ª mulher a comandar OMC

15/02/2021 15h37

Genebra, 15 fev (EFE).- A nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala foi confirmada nesta segunda-feira como diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), tornando-se a primeira mulher a chefiar a entidade.

Okonjo-Iweala, de 66 anos, também é a primeira pessoa africana a comandar a organização, que foi liderada pelo brasileiro Roberto Azevedo nos últimos sete anos.

A decisão foi tomada por consenso entre os 164 membros da OMC no Conselho Geral realizado nesta segunda-feira. Okonjo-Iweala assumirá o cargo oficialmente no dia 1º de março para um mandato de quatro anos.

Oito candidatos entraram na disputa para sudeder Azevedo, e duas mulheres passaram no corte final: a própria Okonjo-Iweala e a sul-coreana Yoo Myung-hee, que desistiu de concorrer no início deste mês devido à falta de apoio.

A candidata nigeriana já havia sido indicada em outubro de 2020 ao cargo de diretora-feral, mas a delegação dos Estados Unidos se mostrou contra na época e a favor da sul-coreana, motivo pelo qual foi decidido adiar o processo eleitoral.

Okonjo-Iweala foi a primeira mulher a se tornar ministra de Finanças da Nigéria (posto que ocupou duas vezes, de 2003 a 2006 e de 2011 a 2015) e a primeira a comandar o Ministério das Relações Exteriores, por apenas três meses, em 2006.

Em nível internacional, ocupou cargos de responsabilidade em várias entidades, incluindo o de diretora-gerente do Banco Mundial e presidente da GAVI Alliance, cargo que ocupa atualmente de forma independente.

O antecessor na OMC, Roberto Azevedo, deixou o posto um ano antes do final do mandato para se tornar diretor da multinacional PepsiCo.

Okonjo-Iweala assume a liderança de uma organização que passou por anos de crise devido à estratégia dos EUA, durante a gestão do presidente Donald Trump, de paralisar a nomeação de juízes do seu Órgão de Apelação, a principal instância de resolução de litígios da OMC.

Além disso, a agência, que em 2020 celebrou 25 anos como sucessora do Acordo Geral de Tarifas e Comércio, não conseguiu avançar na negociação de novos mecanismos internacionais para regular o comércio durante mais de uma década, devido à paralisia da Rondada Doha, iniciada em 2001.