Nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala é confirmada como 1ª mulher a comandar OMC
Okonjo-Iweala, de 66 anos, também é a primeira pessoa africana a comandar a organização, que foi liderada pelo brasileiro Roberto Azevedo nos últimos sete anos.
A decisão foi tomada por consenso entre os 164 membros da OMC no Conselho Geral realizado nesta segunda-feira. Okonjo-Iweala assumirá o cargo oficialmente no dia 1º de março para um mandato de quatro anos.
Oito candidatos entraram na disputa para sudeder Azevedo, e duas mulheres passaram no corte final: a própria Okonjo-Iweala e a sul-coreana Yoo Myung-hee, que desistiu de concorrer no início deste mês devido à falta de apoio.
A candidata nigeriana já havia sido indicada em outubro de 2020 ao cargo de diretora-feral, mas a delegação dos Estados Unidos se mostrou contra na época e a favor da sul-coreana, motivo pelo qual foi decidido adiar o processo eleitoral.
Okonjo-Iweala foi a primeira mulher a se tornar ministra de Finanças da Nigéria (posto que ocupou duas vezes, de 2003 a 2006 e de 2011 a 2015) e a primeira a comandar o Ministério das Relações Exteriores, por apenas três meses, em 2006.
Em nível internacional, ocupou cargos de responsabilidade em várias entidades, incluindo o de diretora-gerente do Banco Mundial e presidente da GAVI Alliance, cargo que ocupa atualmente de forma independente.
O antecessor na OMC, Roberto Azevedo, deixou o posto um ano antes do final do mandato para se tornar diretor da multinacional PepsiCo.
Okonjo-Iweala assume a liderança de uma organização que passou por anos de crise devido à estratégia dos EUA, durante a gestão do presidente Donald Trump, de paralisar a nomeação de juízes do seu Órgão de Apelação, a principal instância de resolução de litígios da OMC.
Além disso, a agência, que em 2020 celebrou 25 anos como sucessora do Acordo Geral de Tarifas e Comércio, não conseguiu avançar na negociação de novos mecanismos internacionais para regular o comércio durante mais de uma década, devido à paralisia da Rondada Doha, iniciada em 2001.
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